domingo, 1 de setembro de 2013

MERGULHAR NAS ÁGUAS PROFUNDAS DA IMAGEM. SEMANA DE 02 A 06/09. 3ºANO.

MERGULHAR NAS ÁGUAS PROFUNDAS DA IMAGEM


Bem definir a luz e o enquadramento para filmar é essencial, claro. Mas relacionar-se, sobretudo com a imagem, com seus elementos formadores, com suas possibilidades simbólicas, é a grande sacada para fazer uma fotografia mais criativa, mais singular.

Antes de iluminar, enquadrar e captar qualquer imagem é preciso observá-la, interpretá-la e contextualizá-la. É preciso mergulhar profundamente na história da representação do objeto que se quer filmar, seja ele uma cadeira, um ator ou uma paisagem.

Quando decidimos representar um objeto qualquer através do cinema ou do vídeo, não podemos esquecer que existem, atrás de nós, milênios de história da arte. Quer dizer: o objeto que vamos retratar com imagens em movimento já foi representado diversas vezes em pinturas, esculturas, fotografias e filmes. Não se pode ignorar a história pregressa da arte para fazer a arte do presente.

Como determinado objeto era representado na pintura antes da descoberta da perspectiva? Como foi representado depois, com a chegada da perspectiva? Como foi desenhado pelos artistas impressionistas? Como se representou um lago na arte pré-renascentista? E no renascimento? Como esse mesmo lago foi reproduzido na arte pop? Como a figura humana foi vista e interpretada por artistas ao longo do tempo? Quais os diferentes pontos de vista em relação ao objeto que você quer filmar?

Não se trata de conhecer a história da arte para imitar esse ou aquele período. A questão é formar uma base de referências, uma estrutura de conhecimento que permita ao fotógrafo compreender e formar melhor um conceito para criar sua própria representação do objeto.

Técnicas de câmera e de iluminação são importantes. Mas são apenas técnicas. O que diferencia um fotógrafo de outro é a força de sua subjetividade, de sua criatividade. E criatividade se constrói com uma mistura de intuição, contemplação e um universo abrangente de referências.

O fotógrafo precisa mergulhar nas águas profundas da arte. Usar o filtro de sua subjetividade e trazer à superfície a identidade visual de um filme.

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