domingo, 8 de setembro de 2013

A ARTE IMITA A VIDA. DE 09/09/13 A 13/09/13. 1ºANO.

A ARTE IMITA A VIDA


Quando vamos à casa de uma pessoa que conhecemos pouco percebemos, às vezes inconscientemente, tudo o que está à nossa volta, na tentativa de conhecer um pouco mais da história de nosso anfitrião. O quadro na parede da sala, a cor de um sofá, o objeto sobre a mesa de jantar, esses detalhes são peças que nos ajudam a montar o quebra-cabeça da personalidade de cada ser humano.

Imaginemos a seguinte situação. Chove muito. Um rapaz, carregando um caderno e alguns livros sobre cinema, entra em um bar. Uma moça que não o conhece está encostada no balcão. Os dois pedem uma dose de conhaque. Diante da coincidência, começam a conversar.

Algum tempo depois, com a chuva mais fraca, a moça diz que precisa ir e convida o rapaz para acompanhá-la. Ele aceita. Ao chegarem à casa dela, o rapaz percebe, sobre a mesa da sala, uma pilha de livros de cinema. Além disso, as paredes estão cheias de cartazes de filmes famosos. Ele pergunta: “Você trabalha com cinema?”. E a moça prontamente responde: “Sim”. O rapaz abre um sorriso e diz: “Eu estudo cinema!”. E a moça finaliza: “Eu já imaginava”.

Na vida e no cinema, os lugares, as roupas e os objetos contam muito sobre as pessoas e nos auxiliam a desenvolver histórias. Por isso, quando um roteiro será filmado, cabe ao diretor, ao fotógrafo e, principalmente, à equipe de arte obter profundo conhecimento e uma interpretação dos personagens e da narrativa para criar roupas, casas, ambientes de trabalho, objetos.

Será que o Indiana Jones seria o mesmo sem seu chapéu e seu chicote? O que seria do filme Harry Potter sem a fantástica representação dos cômodos de sua escola, dos objetos mágicos e das roupas e chapéus que dão o tom a cada personagem? E o clima dos filmes do Almodóvar?

Em um longa-metragem profissional, a equipe de direção de arte é, muitas vezes, a maior do filme. Em filmes de época ou de terror, nem se fala. Toda essa galera concretiza, na locação ou cenário escolhido, a visão que o diretor de arte tem sobre a cena, o clima que deseja criar: as cores, os móveis, os objetos, as roupas. Afinal de contas, se o rapaz de nosso exemplo chegasse à casa da moça e encontrasse uma sala com restos de comida pelo chão, uma pistola sobre a mesa e recortes de coluna policial colados na parede, certamente sua primeira impressão seria bem diferente.

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