domingo, 1 de setembro de 2013

A MÚSICA DA LUZ. SEMANA DE 02 A 06/09. 1ºANO.

A MÚSICA DA LUZ


A primeira coisa legal de se aprender – trabalhando com cinema ou não – é olhar melhor. Prestar bastante atenção à luz que nos cerca é um exercício gostoso para aguçar o sentido e entender sobre a arte da fotografia. Você já observou com cuidado a luz que entra pela janela do seu quarto, de manhã? De tarde? E de noite? Qual a diferença dessa luz, no inverno e no verão? Num dia de sol e num dia nublado? Você já acordou e tentou descobrir a hora sem usar relógio? Num ambiente fechado, que sensação passa uma iluminação com luz branca? E com luz amarela?

Convivemos o tempo todo com alterações de luz relacionadas a horário, clima, estação do ano e ambiente. Na correria do dia-a-dia, entretanto, não costumamos perceber as sutilezas dessas variações, ficando limitados às idéias de claro e escuro. A partir do momento em que essas alterações ficam visíveis, é possível dizer que estamos começando a aprimorar nossa sensibilidade fotográfica.

A luz é o princípio fundamental da visão. Enxergar é processar informações que entram em nossos olhos por meio da luz. Sem ela, nós não veríamos nada. Sem ela, um filme simplesmente não existiria. Por isso, observar detalhadamente a luz nos permite enxergar com mais precisão. Permite-nos pensar o cinema com mais clareza – com o perdão do trocadilho.

Uma das atribuições do diretor de fotografia (ou fotógrafo) é conhecer a luz como ninguém e dominar os aparatos técnicos necessários para concretizá-la num filme. O fotógrafo precisa saber qual é a luz que entra pela janela do quarto, numa manhã de inverno, mais precisamente às 7 horas. E precisa saber como imprimir exatamente essa luminosidade no filme.

Além disso, o fotógrafo precisa compreender a idéia do filme, mergulhar fundo no sentido do roteiro para colaborar com o diretor na tradução de sentimentos em imagem. Essa tradução se realiza por meio da luz, de maneira abstrata: acordar às 7 da manhã, com um lindo sol entrando no quarto, gera um sentimento. Acordar no mesmo horário, com a luz difusa de um dia nublado, gera outro sentimento, bem diferente.

Resumindo: a luz é a matéria-prima do ofício do fotógrafo. Com ela, ele ambienta, passa sentimentos, conta histórias e guia nosso olhar na aventura de ver melhor o mundo ao nosso redor e dentro de nós.

“O cinema é a música da luz”, disse, certa vez, o cineasta Abel Gance. Em parceria com o diretor e o diretor de arte, o fotógrafo compõe essa melodia feita de imagens em movimento.

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