domingo, 16 de outubro de 2011

4. BIMESTRE. AS DIREÇÕES DO ATOR. 3. ANOS.

AS DIREÇÕES DO ATOR


O trabalho do diretor com os atores começa antes da filmagem. O primeiro passo é conhecer muito bem cada personagem do roteiro para escolher o ator mais indicado para representar o papel. Inicialmente, essa escolha baseia-se nas características físicas do ator. É pouco provável, por exemplo, que um diretor escolha um jovem de 18 anos para incorporar um personagem de 85, ou que opte por um ator com 50 quilos, quando seu personagem é um homem sedentário e obeso. Claro que existe a maquiagem. Mas a questão da aparência está diretamente relacionada à psicologia do ator, ao que ele pensa, ao que ele sente e às experiências que tem na vida. Não há dúvidas de que é mais difícil para um ator jovem interpretar um personagem idoso, ou para um magérrimo interpretar um gordo imenso.Levado em conta o fenótipo, o passo seguinte consiste em conhecer o ator mais profundamente – ficar atento aos seus gestos, ao seu modo de falar, à sua respiração, às suas manias, à sua psicologia. O ator costuma trazer elementos do personagem dentro de si; por isso. é muito importante conhecê-lo melhor.O desafio do diretor não é apenas fazer com que o ator incorpore características do personagem.Também é aconselhável canalizar as características pessoais do ator para o personagem. Além disso, é difícil apontar uma técnica de interpretação que funcione rigorosamente para todos os atores. Cada um é uma pessoa diferente, que tem necessidades particulares no processo de criação do personagem.Alguns precisam fazer laboratório. Outros necessitam ficar a sós. Importante mesmo é que o ator tenha um tempo, antes da filmagem, para experimentar e investigar o personagem, seja sozinho, com outros atores, com o diretor ou com um preparador de atores. Na história do cinema, há muitos casos de parcerias frutíferas entre diretores e atores, que vão do cinema mais popular (Steven Spielberg e Tom Cruise, por exemplo) a relações intensas que geraram verdadeiras obras de arte (caso da parceria entre Herzog e Klaus Kinski). Ao perceber que o ator Klaus Kinski era um homem inquieto, sonhador e com mania de grandeza, o diretor Werner Herzog entregou-lhe personagens aventureiros, conquistadores, destemidos e que pensavam ser Deus. Filmes como Fitzcarraldo e Aguirre chamam a atenção pela verdade e intensidade na atuação de Klaus Kinski.Também é interessante, durante os ensaios, dar espaço para que os atores contribuam com o roteiro.Nem todo diretor trabalha assim, mas é bom conhecer o ponto de vista do ator. Afinal, depois de estudos aprofundados, ele conhece muito bem o personagem que interpretará – muitas vezes, melhor que o próprio diretor. O ensaio é O MOMENTO para discutir as falas e a movimentação de cada personagem. Será que essa mulher diria isso mesmo? Será que esse homem quebraria a vidraça com tanta violência? Esse diálogo não está falso?O processo de explorar o personagem antes da filmagem influencia diretamente o resultado final do trabalho do ator. Dominando seu personagem, ele pode contribuir bastante no texto e no mis-en-scène.E o melhor momento para aproveitar improvisos e novas idéias trazidos pelo ator são os ensaios.Afinal, no set, durante a filmagem, com um tempo apertado e mil coisas acontecendo ao mesmo tempo, é muito arriscado improvisar. O set é o local para executar tudo que foi definido antes, no intenso e rico convívio entre diretor e atores.Texto: Henry GrazinoliConsultoria de conteúdo: Laís Bodanzky

TEATRO BRASILEIRO 1.PARTE. 2.ANOS. 4.BIMESTRE

Teatro Brasileiro - 1ª Parte
Do século XVII ao início do século XIX o teatro é marcadamente colonial, fortemente influenciado pelo teatro português. Os primeiros textos, como o ''Auto da festa de S. Lourenço'', do padre José de Anchieta, são escritos pelos jesuítas de Piratininga, numa mistura de espanhol, português e tupi-guarani. Visam a catequese e são encenados pelos indígenas.Em Minas Gerais, durante o século XVIII, atores portugueses visitam Vila Rica. A única peça local preservada é ''O parnaso obsequioso'', de Cláudio Manuel da Costa, em homenagem ao aniversário do governador.No Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII, o Teatro do padre Ventura encena as "óperas" - na verdade, comédias entremeadas de canções - de Antônio José da Silva, o Judeu ''Guerras do Alecrim e Mangerona'', autor nascido no Brasil mas que vive praticamente toda sua vida em Portugal. E o Teatro de Manuel Luís importa espetáculos de Portugal e da Espanha. As representações acontecem principalmente em ocasiões festivas, quando grupos amadores montam, em praça pública, peças de tom popular, louvando as autoridades. Depois que a sala do padre Ventura é destruída por um incêndio (1769) e a de Manuel Luís é fechada, D. João VI manda construir, em 1810, o Real Teatro de São João, atual João Caetano, onde também se exibem atores portugueses. Só no romantismo surge um teatro com características nacionais.
Romantismo
Primeira metade do século XIX. No reinado de D. Pedro I, surge o primeiro grande ator brasileiro, João Caetano dos Santos. No ano seguinte, ''O juiz de paz na roça'' revela Luís Carlos Martins Pena, cujas comédias fazem uma crítica bem-humorada da sociedade da época.Os dramas ''Leonor de Mendonça'', de Antônio Gonçalves Dias, e ''Gonzaga'' ou ''A revolução de Minas'', de Antônio Castro Alves; e as comédias ''A torre em concurso'', de Joaquim Manuel de Macedo, e ''O demônio familiar'', de José de Alencar , vêm ampliar o repertório nacional.João Caetano (1808-1863) é considerado o primeiro grande ator brasileiro. Especializado em papéis dramáticos, trabalha em peças de autores como Victor Hugo, Shakespeare, Alexandre Dumas Filho e Molière. Sua montagem de ''Antônio José'' ou ''O poeta e a Inquisição'' (1838), de Gonçalves de Magalhães, dá início a um teatro com temas e atores brasileiros. No livro ''Lições Dramáticas'' reflete sobre a arte de representar.Luís Carlos Martins Pena (1815-1848) nasce no Rio de Janeiro, de família pobre. Torna-se diplomata, chegando a adido em Londres. Utiliza com maestria a linguagem coloquial e faz rir com situações engraçadas envolvendo pessoas do interior em contato com a corte em peças como ''O juiz de paz da roça'', ''Um sertanejo na corte'' e ''A família e a festa na roça''. É o primeiro dramaturgo importante do cenário brasileiro e um dos primeiros a retratar o princípio da urbanização do país.
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Realismo
Segunda metade do século XIX. A reação aos excessos românticos já se percebe numa peça de transição, como ''ALição de botânica", de Joaquim Maria Machado de Assis . Joaquim José da França Júnior ''Como se faz um deputado'', ''Caiu o ministério'' traça, num tom bem amargo, o painel das maquinações políticas do 2º Império. Igualmente satírico, mas brincalhão, é o tom de Artur de Azevedo. Também Henrique Maximiano Coelho Neto pratica, em ''Quebranto'' ou ''O patinho feio'', uma comédia de costumes ágil e leve.Mas as companhias nacionais são precárias, e os atores mais aclamados - Furtado Coelho, Lucinda Simões e Adelaide Amaral - ainda são portugueses.Artur de Azevedo (1855-1908) nasce no Maranhão e muda-se para o Rio de Janeiro em 1873. Além de se dedicar ao teatro, trabalha também como jornalista. Cria, com ''As burletas'', ''O mambembe'' ou ''A capital federal'', a comédia musical brasileira. Escreve também paródias de dramas franceses. Sua importância não se restringe ao texto, atua também divulgando obras de outros autores. Pouco antes de morrer é nomeado diretor do Teatro da Exposição Nacional.
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Simbolismo
Primeiros anos do século XX. De uma produção muito irregular, que se limita a copiar autores europeus, salvam-se ''Eva'', de João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto); ''O Canto sem palavras'', de Roberto Gomes; e ''A comédia do coração'', de Paulo Gonçalves. Mas o isolamento criado pela 1ª Guerra Mundial gera um embrião nacionalista que se manifesta, sob a forma de temática regional, em ''Flores de sombra'', de Cláudio de Sousa, e ''Onde canta o sabiá'', de Gastão Tojeiro.
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Modernismo
Embora o teatro seja a arte menos atingida pela Semana de Arte Moderna de 1922, uma de suas conseqüências é a criação, por Álvaro Moreira, do Teatro de Brinquedo, que estréia com ''Adão, Eva e outros membros da família'' (1927). Escrita em linguagem coloquial, coloca em cena, pela primeira vez, como protagonistas, dois marginais: um mendigo e um ladrão. Esse exemplo será seguido por Joracy Camargo em ''Deus lhe pague'', primeira peça brasileira a obter sucesso no exterior.
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Companhias Nacionais
Leopoldo Fróes cria a primeira companhia inteiramente nacional depois de voltar de Portugal, em 1908, e procura fixar uma dicção teatral brasileira, livre dos maneirismos herdados de atores portugueses. Para seu grupo contribuem Viriato Correa (Sol do sertão), Oduvaldo Vianna (A casa do tio Pedro) e Armando Gonzaga (Cala a boca, Etelvina!).Nas décadas de 30 e 40 Jaime Costa, Procópio Ferreira , Abigail Maia e Dulcina de Moraes fundam suas próprias companhias, ativas até o fim dos anos 50.A húngara Eva Todor, naturalizada brasileira, e seu marido, Luís Iglésias ''Chuvas de verão'', além de apresentar comédias leves, revelam textos de Bernard Shaw, Ferenc Molnár e Henryk Ibsen.
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Modernização do TeatroGeração TBC - Teatro Brasileiro de Comédia
Em 1948 o industrial italiano Franco Zampari funda, em São Paulo, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), marco na história do teatro brasileiro. A posição de preponderância que ocupa deve-se à incorporação de novos talentos: Nídia Lícia, Paulo Autran, Cacilda Becker , Sérgio Cardoso, e à importação dos diretores italianos Luciano Salce e Adolfo Celli, que ajudam a formar os brasileiros Flávio Rangel e Antunes Filho. Com o sucesso em São Paulo, o TBC abre uma filial no Rio.As companhias de Eva Todor, Maria Della Costa, Dulcina e Odilon, Procópio e Bibi Ferreira são contratadas para excursionar em Portugal e suas colônias. Os problemas criados por uma estrutura grande e onerosa, a morte de Franco Zampari e cisões entre os membros do elenco fazem com que, ao longo da década de 50, o TBC se desmembre nos grupos de: Tônia Carreiro, Paulo Autran e Margarida Rey, dirigido por Adolfo Celli; de Cacilda, o marido Walmor Chagas e a irmã Cleyde Yáconis, dirigido por Ziembinski; o Teatro dos Sete, de Fernanda Montenegro, Italo Rossi e Sérgio Brito; e o de Sérgio Cardoso e Nídia Lícia.
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Contribuição Estrangeira
Na década de 40 alguns atores do Leste europeu refugiam-se no Brasil. Entre eles, estão o ucraniano Eugênio Kusnet, ator e professor que vai ter importância crucial na primeira fase do Teatro Oficina ao introduzir com todo o rigor o método Stanislavski; e o polonês Zbigniew Ziembinski , que, com o cenógrafo Gustavo Santa Rosa, funda Os Comediantes, com os quais monta Pirandello, Eugene O'Neill e Arthur Miller.O trabalho de Ziembinski em ''Vestido de noiva'', de Nelson Rodrigues, encenada em 1943, transforma o papel do diretor de teatro no Brasil. Até então não se conhecia a figura do diretor como responsável pela linha estética do espetáculo, ele era apenas um ensaiador.
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Revolução na Dramaturgia
O pioneiro da moderna dramaturgia brasileira é Nelson Rodrigues, que constrói uma obra coerente e original, expondo o inconsciente da classe média com seus ciúmes, loucuras, incestos e adultérios.Nelson Rodrigues (1912-1980) nasce no Recife e ainda criança muda-se para o Rio de Janeiro. Filho de um jornalista, começa aos 13 anos a trabalhar como repórter no jornal do pai. Resolve escrever para teatro para aumentar sua renda. Sua primeira peça encenada é ''Mulher sem pecado'', em 1942. Mas o marco da moderna dramaturgia brasileira é ''Vestido de Noiva'' - texto fragmentário e ousado sobre as lembranças e delírios de uma mulher que agoniza durante uma cirurgia.
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4. BIMESTRE. COMÉDIA DELL'ARTE. 1.ANOS.

Comédia Dell'Arte
Forma teatral única no mundo, desenvolveu-se na Itália no XVI século e difundiu-se em toda Europa nos séculos sucessivos, a Commedia dell’arte contribuiu na construção do teatro moderno.Teatro espetacular baseado na improvisação e no uso de máscaras e personagens estereotipados, é um gênero rigorosamente antinaturalista e antiemocionalista.
O Texto
O que mais atrai o olhar contemporâneo nas leituras dos canovacci da commedia dell’arte, é a inconsistência deles no que se refere ao conteúdo.Sendo a comédia um espetáculo ligado fortemente à outros valores como as máscaras, a espetacularidade da recitação, habilidade dos atores, a presença da mulheres na cena, etc..., não tinha necessidade de compor dramaturgias exemplares, novidades de conteúdos ou estilos.O canovaccio devia obedecer a requisitos de outro tipo, todos funcionais ao espetáculo: clareza, partes equivalentes para todos os atores envolvidos, ser engraçado, possibilidade de inserir lazzi, danças e canções, disponibilidade a ser modificado.A técnica de improviso que a commedia adotou não prescindiu de fórmulas que facilitassem ao ator o seu trabalho. Diálogos inteiros existiam, muitos deles impressos, para serem usados nos lugares convenientes de cada comédia. Tais eram as prime uscite (primeiras saídas), os concetti (conceitos), saluti (as saudações), e as maledizioni (as maldições).Na sua fase áurea, o espetáculo da commedia dell’arte tinha ordinariamente três atos, precedidos de um prólogo e ligados entre si por entreatos de dança, canto ou farsa chamados lazzi ou lacci (laços).A intriga amorosa, que explorou sem limites, já não era linear e única, como na comédia humanista, mas múltipla e paralela ou em cadeia: A ama B, B ama C, C ama D, que por sua vez ama A.
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O Encenador
O espetáculo da commedia era construído com rigor, sob a orientação de um concertatore, equivalente do diretor do teatro moderno, e de um certo modo seu inspirador. Aquele, por sua vez, tinha à disposição séries numerosas de scenari, minudendes roteiros de espetáculos, conservados presentemente em montante superior a oitocentos; muitos ainda existem nos arquivos italianos e estrangeiros ser terem sido arrolados.
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O Ator
O ator na commedia dell’arte, tinha um papel fundamental cabendo-lhe não só a interpretação do texto mas também a continua improvisação e inovação do mesmo. Malabarismo canto e outro feitos eram exigidos continuamente ao ator.O uso das mascaras (exclusivamente para os homens) caraterizava os personagens geralmente de origem popular: os zanni, entre os mais famosos vale a pena citar Arlequim, Pantaleão e Briguela.A enorme fragmentação e a quantidade de dialetos existentes na Itália do século XVI obrigavam o ator a um forte uso da mímica que tornou-se um dos mais importantes fatores de atuação no espetáculo. O ator na commedia dell’arte precisava ter "uma concepção plástica do teatro" exigida em todas as formas de representação e a criação não apenas de pensamentos como de sentimentos através do gesto mímico, da dança, da acrobacia, consoante as necessidades, assim como o conhecimento de uma verdadeira gramática plástica, além desses dotes do espírito que facilitam qualquer improvisação falada e que comandam o espetáculo. A enorme responsabilidade que tinha o ator em desenvolver o seu papel, com o passar do tempo, portou à uma especialização do mesmo, limitando-o a desenvolver uma só personagem e a mantê-la até a morte. A continua busca de uma linguagem puramente teatral levou o gênero a um distanciamento cada vez maior da realidade.A commedia foi importante sobretudo como reação do ator a uma era de acentuado artificialismo literário, para demonstrar que, além do texto dramático, outros fatores são significativos no teatro.
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O Teatro
Devido as origens extremamente populares a commedia dell’arte por longo tempo não dispus de espaços próprios para as encenações. Palcos improvisados em praças públicas eram os lugares onde a maioria das vezes ocorria o espetáculo. Só no XVII século e mesmo assim esporadicamente a commedia começou a ter acesso aos teatros que tinham uma estrutura tipicamente renascentista, onde eram representados espetáculos eruditos. Já no século XVIII a enorme popularidade deste tipo de representação forçou a abertura de novos espaços para as companhias teatrais. Em Veneza, por exemplo, existiam sete teatros: dois consagrados à opera séria, dois à opera bufa e três à comédia.
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domingo, 2 de outubro de 2011

O diretor. DIREÇÃO EMOCIONAL. Todos os anos do ensino médio. 4. Bimestre.

DIREÇÃO EMOCIONAL

Você já tentou explicar para alguém o que é, exatamente, sentir solidão? Ou saudade? Sentir-se melancólico, incerto ou animado? Estar apaixonado? Enfim, você já tentou teorizar alguma emoção para outra pessoa?

Provavelmente. E, provavelmente, percebeu como é difícil ser claro, traduzir estados interiores para a linguagem verbal. Em geral, nossas explicações são vagas.

Vamos ver o que diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa sobre a solidão.

Solidão
substantivo feminino
1 estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento.
5 sensação ou situação de quem vive afastado do mundo ou isolado em meio a um grupo social.

Bem, não é preciso ser um grande sábio para perceber que esse verbete não explica coisa alguma. A sensação de solidão, como ela é, nem o dicionário explica. Por isso, a gente costuma recorrer à linguagem simbólica. Porque é mais certeiro e mais gostoso fazer nosso interlocutor sentir, na medida do possível, o mesmo que sentimos.

No cinema, essa linguagem simbólica está diretamente relacionada à imagem e ao som. Imaginemos a seguinte cena: um homem caminha pela calçada de uma grande cidade. Muitos carros passam apressados pela pista. Uma multidão vai e vem pela calçada. No entanto, tudo está embaçado, fora de foco. O homem é a única figura que vemos com nitidez, com foco. E não ouvimos os ensurdecedores ruídos da cidade. Escutamos apenas os passos do homem, o barulho de seus sapatos tocando o cimento.

O diretor é uma espécie de tradutor dos sentimentos para a linguagem simbólica do cinema. É dele a responsabilidade de comunicar, por meio de imagem e som, nossos estados interiores. Quando assistimos a um filme, muitas vezes não estamos atentos a essa “linguagem sensível”. Simplesmente rimos. Simplesmente choramos. Simplesmente sentimos. Acompanhamos uma história e nem nos damos conta de que, muito mais que personagens ou elementos narrativos, o que ficou dentro de nós foi algum sentimento. Alguma emoção.

Enfim, “pode-se dizer que o retângulo da tela deve ser carregado de emoção”. Palavras de Alfred Hitchcock, um dos maiores diretores da história do cinema.

Texto: Henry Grazinoli