quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ARTE SENSÍVEL. SEMANA DE 16 A 20/09/2013. 1º ANO.

ARTE SENSÍVEL


Questões nas quais o diretor de arte precisa pensar: a história, o personagem, a época em que o filme se passa e como tudo isso vai imprimir na película, aparecer na tela. É preciso que o diretor de arte entenda de roteiro para que possa procurar a melhor maneira de traduzir os personagens e de auxiliar a narrativa. Afinal de contas, nada do que entra em um enquadramento, nenhum elemento que constitui uma cena está ali à toa. Tudo tem uma função determinada: um quadro com a foto de Che Guevara pendurado na parede, um vaso com flores murchas, um garfo de prata, um copo de requeijão ou uma taça de cristal.

Esses elementos são, muitas vezes, imperceptíveis ao que podemos chamar de “nosso olhar racional”. Quer dizer, se um personagem alemão, que vive no Brasil, nos anos 40, almoça usando um garfo com cabo de plástico colorido, sem um olhar especializado, dificilmente diremos: “Olha lá, que tosco! Nessa época nem existia garfo com cabo de plástico!”. Da mesma forma, se ele come usando um garfo de metal fabricado pelos alemães na Primeira Guerra Mundial, é pouco provável que pensemos: “Hum, um garfo de metal alemão usado na época da primeira grande guerra. Ótimo esse diretor de arte”.

No entanto, isso não significa que, ao fazer nosso filme, podemos descuidar da direção de arte. Ela atua muito no nosso inconsciente, trabalha bastante com nossa sensibilidade, com nossa subjetividade. Sem dúvida alguma, uma cena que traz objetos ou figurinos mal utilizados não nos transmite a sensação de realidade, mas ao contrário, é capaz de nos causar verdadeiro incômodo: “Sei não, tem alguma coisa estranha nessa cena aí...”. Assim como uma cena bem realizada, com objetos, figurinos e maquiagem bem trabalhados, com continuidade, nos transporta para dentro da história.

Um trabalho de arte muito bem feito geralmente não chama demais a atenção, funciona como complemento da narrativa. Fala um pouco mais sobre o personagem. Recria uma época. E é absolutamente fundamental, pois toca diretamente na nossa sensibilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário