domingo, 24 de junho de 2012



Introdução a como se tornar um diretor de cinema


Há muitos trabalhos na área de direção, como em documentários, filmes para a TV aberta ou à cabo, além das produções para o cinema

A estréia mundial do primeiro longa metragem de Steven Spielberg, "Firelight," foi um evento de gala em março de 1964. Os protagonistas e o diretor chegaram ao local em uma limusine alugada enquanto holofotes iluminavam os céus de Phoenix. O cinema abarrotado assistiu à história de abduções alienígenas durante duas horas e quinze minutos. Críticos locais aplaudiram a ficção científica e, com ingressos a 75 centavos, o filme rendeu lucros.
No dia seguinte, Spielberg, então com 17 anos, e sua família mudaram-se para Los Angeles. Enquanto cursava a California State University, em Long Beach, ele atraiu a atenção dos executivos da Universal Pictures. Ele começou então a dirigir programas de televisão e mais tarde filmes premiados. Seu primeiro grande sucesso, "Tubarão", veio 11 anos depois daquela estréia em Phoenix [fontes: Steven Spielberg: A Biography, Encyclopedia Britannica (em inglês)].
Compare isso com a experiência de Alfred Hitchcock (em inglês). Ele trabalhou por seis anos escrevendo os cartões de diálogo entre as cenas dos filmes mudos e depois como editor, roteirista, cenógrafo, assistente de produção e, finalmente, como diretor.
Após dois melodramas, ele finalmente teve a chance de dirigir seu primeiro suspense, "O Inimigo das Loiras" em 1926. Por ser um filme mudo, Hitchcock utilizou muitos truques visuais para aumentar o suspense e manter o público curioso sobre o final da história. O resultado? Os executivos do estúdio acharam o filme muito estranho e o deixaram na gaveta por meses, antes de finalmente o exibirem apologeticamente aos distribuidores. Eles gostaram do filme, dando início ao primeiro grande sucesso de Hitchcock e à sua bem sucedida carreira de diretor [fontes: "Hitchcock on Hitchcock: Selected Writings and Interviews (em inglês)," Encyclopedia Britannica (em inglês)].
Tornar-se um diretor de cinema requer experiência, esforço e contatos. Ninguém simplesmente aparece e começa dirigindo grandes filmes. O processo para se tornar um diretor começa anos antes com estudos, montagem de portfólio e ganhando experiência na direção de filmes e outros aspectos da produção de cinema.

domingo, 13 de maio de 2012

PLANOS, ÂNGULOS E MOVIMENTOS DE CÂMARA. TODOS OS ANOS.



O plano na filmagem
No momento da filmagem, o plano inicia-se sempre que a câmara (pt) ou câmera (br) é ligada para a captação de imagens e termina quando ela é desligada. Neste sentido, a noção de plano confunde-se muitas vezes com a de tomada. No entanto, no cinema ficcional, um mesmo trecho narrativo pode ser encenado e filmado várias vezes de um mesmo ponto de vista, constituindo várias tomadas de um mesmo plano. Portanto, na filmagem, cada tomada é uma tentativa de rodar um plano [3].
O par de conceitos plano/tomada possui correspondência em outras línguas: shot/take (inglês), plan/prise (francês), plano/toma (espanhol), Einstellung/Take (alemão), etc.
[editar]O plano na montagem
No processo de montagem, partes do início e do final de cada plano rodado são eliminadas, sendo determinada a sua duração definitiva, atendendo a critérios de ritmo e fluência. Um único plano pode ser dividido em trechos menores e dar origem a dois ou mais planos, que serão intercalados com outros dentro de uma cena ou sequência.
Além disso, se foram rodadas várias tomadas de cada plano, o montador deverá escolher qual delas é a melhor, levando em conta critérios de interpretação dos atores, qualidade técnica da fotografia, movimentos de câmara, som, enquadramento, etc. Portanto, na montagem, cada tomada é uma opção de plano [4].
[editar]O plano no filme
No filme finalizado, o plano não será mais um trecho inteiro de filme rodado, mas apenas o trecho selecionado pelo montador, eventualmente modificado pelo processo de pós-produção. O plano é então percebido como um trecho de filme situado entre doiscortes.
Por outro lado, no filme pronto o plano não é mais um conjunto de tentativas de filmagem ou de opções de montagem, mas uma única escolha, montada em sequência com os demais planos do filme. No filme pronto, a tomada deixa de existir, ou então torna-se sinônimo de plano [5].
[editar]Tipos de plano [6]
quanto à distância entre a câmera e o objecto filmado (enquadramento)
§  Plano geral: mostra uma paisagem ou um cenário completo.
§  Plano de conjunto: mostra um grupo de personagens.
§  Plano médio: mostra um trecho de um ambiente, em geral com pelo menos um personagem em quadro.
§  Plano americano: mostra um único personagem enquadrado não de corpo inteiro (da cabeça até a cintura, ou até o joelho).
§  Primeiro plano: mostra um único personagem em enquadramento mais fechado que o plano americano (em muitas situações, oprimeiro plano é considerado sinónimo de close-up).
§  Plano próximo, grande plano ou close-up (ou apenas close): mostra o rosto de um personagem.
§  Plano detalhe: mostra uma parte do corpo de um personagem ou apenas um objecto.
quanto à duração
§  Plano relâmpago: dura menos de um segundo, correspondendo quase a um piscar de olhos.
§  Plano-sequência: é um plano tão longo que se pode dizer que corresponde a uma sequência inteira do filme.
§  Entre esses dois extremos, pode haver planos mais curtos (com duração de uns poucos segundos) ou mais longos (durando um ou vários minutos). Mas é claro que a percepção de um plano como curto ou longo depende não apenas de sua duração, mas também do que acontece no decorrer do plano.
quanto ao ângulo vertical
§  Plongê (do francês plongée, "mergulhado") ou Picado: a câmara está posicionada acima do seu objecto, que é visto, portanto, em ângulo superior. No exemplo mais simples, filma-se um personagem colocando-se a câmara acima do nível de seus olhos.
§  Contra-plongê ou Contra-picado: a câmara colocada abaixo do objeto faz com que o espectador veja a cena de baixo para cima (por exemplo, abaixo do nível do olhar do personagem).
§  Zenital (ou plongê absoluto): a câmara é colocada no alto do cenário, apontando diretamente para baixo. Seu nome provém da palavra zênite, que é o ponto central do céu quando olhamos diretamente para ele.
§  Contra-zenital (contra-plongê absoluto): a câmara aponta diretamente para cima.
quanto ao ângulo horizontal
§  Frontal: é o plano em que a câmara filma o personagem ou objeto de frente.
§  Lateral (ou de perfil): o personagem é visto de lado.
§  Traseiro: o personagem é visto por trás.
§  Plano de 3/4: ângulo intermediário entre o frontal e o lateral (assim chamado porque mostra aproximadamente 3/4 do rosto do personagem).
§  Plano de 1/4: ângulo intermediário entre o lateral e o traseiro.
quanto ao movimento
§  Plano fixo: é aquele em que a câmara permanece fixa, sobre o tripé ou outro equipamento adequado, ainda que haja movimento interno no plano, de personagens, objectos, veículos, etc.
§  Panorâmica: é o plano em que a câmara, sem se deslocar, gira sobre seu próprio eixo, horizontal ou verticalmente.
§  Travelling: é o plano em que a câmara se desloca, horizontal ou verticalmente, aproximando-se, afastando-se ou contornando os personagens ou objectos enquadrados, sendo para isso utilizado algum tipo de veículo (carrinho), sobre rodas ou sobre trilhos, ou com a câmara na mão ou ainda com algum tipo de estabilizador.
§  Zoom: é um movimento aparente de aproximação (zoom in) ou de afastamento (zoom out) em relação ao que é filmado, provocado por uma manipulação das lentes da câmara, sem que a câmara em si execute qualquer deslocamento ou rotação.

domingo, 6 de maio de 2012

PLANEJAR UM PLANO. TODOS OS ANOS.


PLANEJAR UM PLANO

Não adianta nada fazer um plano lindo, se ele não contribui com a história, com a emoção do que está sendo contado. Antes de falar mais sobre a importância dos planos a serviço de contar a história, de passar a emoção, vamos entender o que é um plano.

Um plano é o trecho de filme que começa quando a câmera é ligada e termina quando a câmera é desligada. Quer dizer, se eu ligo a câmera, e um personagem, com uma lágrima no rosto, diz “Vou pegar um táxi”, e eu desligo a câmera, tenho um plano. Se ligo a câmera, novamente, quando o personagem atravessa a rua e desligo quando ele chega à calçada, tenho outro plano. Se ligo a câmera quando ele entra no táxi e desligo quando o táxi parte, tenho mais um plano.

Da mesma forma, se ligo a câmera, o personagem diz “Vou pegar um táxi”, se levanta, caminha na calçada, atravessa a rua, faz sinal para um táxi, entra no táxi, o táxi parte, e eu desligo a câmera, tenho um plano maior. Enfim, sabendo que uma cena é um conjunto de ações e/ou diálogos que acontecem num mesmo lugar e num mesmo tempo, podemos dizer que uma cena é formada por vários planos. Ou por um mesmo plano que mostra toda a seqüência de acontecimentos. Simples assim.

O problema começa quando temos de definir, por exemplo, quando ligar e quando desligar a câmera. E onde, exatamente, essa câmera precisa ser colocada para captar as ações desse personagem que vai pegar um táxi. Eis um dos grandes dilemas do diretor.

Bem, é muito importante que todo diretor faça um planejamento daquilo que deseja filmar. Que chegue ao set sabendo (ou pensando que sabe) o que precisa, tendo uma ideia clara do que é a cena e de quais imagens precisará para contar a história.

Esse trabalho começa na leitura do roteiro, em que o diretor analisa a cena imaginando cada movimento, cada expressão, cada objeto que compõe o cenário, cada fala do personagem.

Vamos imaginar que nosso personagem do táxi é um rapaz que acaba de receber a notícia da morte do pai, a quem não vê há muitos anos. Ainda confuso, ele se senta no meio-fio e observa os carros que passam pela rua.

O desafio do diretor, nessa cena, é mostrar o momento em que o personagem decide pegar um táxi e ir ao enterro do pai. Onde posicionar a câmera, afinal? Bem, se o personagem chora ao dizer “Vou pegar um táxi”, e se mostrar o choro é importante para gerar emoção na cena, então é preciso colocar a câmera próxima ao rosto do personagem.

Quer dizer, se é importante que o público veja a lágrima caindo, de que adianta uma câmera que mostre somente os carros que passam na rua? Por mais bonita que possa ser uma imagem de cima de um prédio, mostrando a rua movimentada lá em baixo, de que ela vale, se não captou a lágrima de nosso personagem, se não foi capaz de transmitir sua emoção para quem assiste ao filme?

As posições de câmera e seus movimentos sempre estão em função do contexto e/ou do sentimento da cena. Se a imagem se aproxima de um rosto ou de um objeto, é porque ali existe algo importante para ser mostrado.

Enfim, um diretor não escolhe a imagem mais bonita. Escolhe a maneira mais bonita de contar a história que precisa contar, de passar o sentimento que deseja passar. Um plano simples, mas forte simbolicamente, que contribui com a narrativa, vale mais que mil planos lindíssimos e vazios de significado no contexto do filme.
Texto: Henry Grazinoli

domingo, 22 de abril de 2012

DIRIGIR E DELEGAR. TODOS OS ANOS.

DIRIGIR E DELEGAR

O cinema é a somatória de informações, sensibilidades, pontos de vista e ideias de uma grande equipe que trabalha por um mesmo objetivo: fazer um filme. A filmagem começa muito, muito antes do set de filmagem.

Primeiro, vem a ideia – que pode ou não sair da cabeça do diretor. Depois, vem a redação do roteiro, feita por um roteirista, pelo próprio diretor ou por uma parceria entre os dois. Quando o roteiro entra em processo de virar imagem, há um encontro no qual o diretor lê sua história para todos os chefes da equipe – diretor de arte, diretor de fotografia, assistente de direção, produtor, técnico de som – e explica o conceito do filme, cena a cena. Nessa reunião, chamada análise técnica, o diretor abre seu baú, mostra suas referências, e cada núcleo começa a desempenhar sua função.

A partir daqui, pensando no grande organismo vivo que é a realização cinematográfica, podemos dizer que a equipe corresponde aos braços, aos olhos e aos ouvidos do diretor, que precisa escolher e juntar todas as informações, em nome da unidade da obra. Essa soma de esforços e olhares, quando bem direcionada, aprofunda e enriquece o processo de trabalho e o resultado final.

De posse de todas as informações e possibilidades apresentadas pela equipe, o diretor precisa decidir o que funciona e o que não funciona. Precisa estar preparado para responder a todas as dúvidas em relação ao filme que possam surgir, em todas as etapas da produção. No set, isso é amplificado e, cercado por toda a equipe, o diretor precisa ter muita presença de espírito, raciocínio rápido e domínio da temática que está abordando para que o barco não saia do rumo e naufrague mais adiante.

É preciso estar atento a tudo o que acontece no set, locação ou estúdio. Saber ouvir as sugestões do fotógrafo e do diretor de arte. Ter controle sobre o tempo e tomar decisões rapidamente. Além disso, o diretor precisa administrar o clima no set, passando confiança, tranquilidade e harmonia para toda a equipe – afinal, com um bom processo de trabalho, a chance de realizar um bom filme aumenta consideravelmente.

É cada vez mais rara a figura do diretor centralizador, genioso, que escraviza a equipe em nome de suas ideias, que sangra os atores para obter atuações intensas, que transforma a vida dos parceiros de trabalho num inferno. Na contramão dessa figura estereotipada, o diretor que ganha espaço, nos dias de hoje, é aquele que oferece boas referências para que sua equipe trabalhe com autonomia e contribua no processo de criação. É aquele que administra o set de filmagem conhecendo e respeitando o outro, buscando sempre aproveitar o que cada pessoa tem para oferecer de melhor. É aquele que acompanha a montagem e a sonorização sempre aberto a um olhar especializado e criativo dos profissionais dessas áreas.

Liderar uma equipe com essa consciência e generosidade talvez seja a atribuição mais importante de um diretor de cinema.

Texto: Henry Grazinoli
Consultoria de conteúdo: Laís Bodanzky

domingo, 15 de abril de 2012

O QUE É UM DIRETOR DE CINEMA. TODOS OS ANOS.



O que é um diretor de cinema
Um diretor de cinema é um contador de histórias que precisa de um monte de gente, equipamento, criatividade e planejamento para levar sua história até o público dos filmes. E neste processo, o diretor tem de manter o foco enquanto lida com artistas temperamentais, exigências contratuais com sindicatos, clima que não ajuda, tempo de estúdio, necessidades orçamentárias e várias outras incertezas incontroláveis.
O diretor de cinema conta com o auxílio de um monte de gente e equipamentos para transformar suas idéias em realidade.
Roland Joffe, diretor do "The Killing Fields" (Os Gritos do Silêncio) de 1984, disse que dirigir filmes é algo como “jogar em um tabuleiro de xadrez multidimensional com multicamadas, exceto pelas peças do jogo que decidem mexer sozinhas". O diretor japonês Akira Kurosawa descreveu o diretor de cinema como sendo um oficial comandante da linha de frente. “Ele precisa de um profundo conhecimento de cada parte do trabalho, e se ele não comandar cada divisão, não poderá comandar o conjunto” [fontes:"The Future of Work", "The Warrior's Camera: The Cinema of Akira Kurosawa"].
Ao mesmo tempo que dirigir um filme pode levar a um brilhante Oscar, isso também significa ter muitas responsabilidades. Resumindo, o diretor é responsável pela visão geral do filme. Ele tem a responsabilidade final sobre o elenco, as tomadas, o roteiro, o equipamento, a edição e muito mais [fonte: Full Sail (em inglês)].
As responsabilidades envolvidas na direção incluem:
  • trabalhar com o produtor de cinema (em inglês) para definir o elenco;
  • organizar e selecionar as locações de filmagem;
  • interpretar o roteiro, e em alguns casos, escrevê-lo ou selecioná-lo;
  • aprovar cenários, figurino, coreografia e música;
  • dar dicas aos atores durante os ensaios e gravações;
  • coordenar o trabalho da equipe durante as filmagens;
  • trabalhar com os cineastas nas composições de cena;
  • trabalhar com os editores na criação de uma configuração preliminar e do filme final;
[fontes: Full Sail e Ministério do Trabalho dos EUA]
São muitas coisas para uma pessoa sozinha fazer, por isso os diretores geralmente delegam algumas de suas funções. Os diretores assistentes, por exemplo, podem ser responsáveis por supervisionar locações específicas ou por dar dicas aos atores e a equipe. Um diretor secundário pode estar encarregado de dirigir as cenas de ação. Ou então um diretor pode descrever o que espera de uma cena e deixar que a equipe de filmagem encontre a locação e iluminação que funcionem.
Mas alguns diretores fazem mais do que simplesmente dirigir. Eles também podem escrever o roteiro, atuar no filme ou trabalhar como produtor, ou até mesmo fazer todos os três. Mel Brooks escreveu muitos dos roteiros para os filmes que dirigiu e produziu, e Sydney Pollack atuou várias vezes nos filmes que dirigiu. Woody Allen escreveu, atuou e dirigiu seus filmes, enquanto Spike Lee também fez tudo isso além de ter trabalhado como produtor [fontes: Internet Movie Database, New York Times (em inglês)].
Além de estar no controle, assumir vários papéis e transformar a visão de uma história em um filme, o diretor precisa ser flexível o bastante para lidar com os desafios inesperados e estar aberto às sugestões do elenco e da equipe que podem tornar o filme melhor.
São muitas as recompensas para os diretores que conseguem gerenciar o caos das filmagens e contar bem uma história. Os diretores normalmente recebem 10% da renda bruta de um filme. Sucessos de bilheteria que arrecadam US$200 milhões ou mais podem render uma considerável recompensa em dinheiro para seus diretores [fonte: Moviestaff.com (em inglês)].
Mas o primeiro passo para a fama e fortuna, ou pelo menos uma carreira de diretor de cinema, é conseguir entrar no ramo. E isso necessita de formação, experiência e persistência.

domingo, 11 de março de 2012

FOVISMO. 3.ANO.

FOVISMO
Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

Os princípios deste movimento artístico eram:

• Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
• Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
• A cor pura deve ser exaltada.
• As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.

Características da pintura:

• Pincelada violente, espontânea e definitiva;
• Ausência de ar livre;
• Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade;
• Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
• Pintura por manchas largas, formando grandes planos;

Principais Artistas:


MAURICE DE VLAMINCK
(1876-1958), pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia: "Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entre expressionista e realista.


ANDRÉ DERAIN
(1880-1954), pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse, com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas descontínuas para obter suas composições espontâneas. Após romper com o fovismo, em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do cubismo. Na década de 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo, desde então, não mudou.


HENRI MATISSE
(1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.


RAOUL DUFY
(1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.

ROCOCÓ. 2.ANO.

O Rococó

INTRODUÇÃO

O rococó é um estilo que desenvolveu-se no sul da Alemanha e Áustria e principalmente na França, a partir de 1715, após a morte de Luís XIV. Também conhecido como "estilo regência", reflete o comportamento da elite francesa de Paris e Versailles, empenhada em traduzir o fausto e a agradabilidade da vida. O nome vem do francês rocaille (concha), um dos elementos decorativos mais característicos desse estilo, não somente da arquitetura, mas também de toda manifestação ornamental e de adereços. O estilo conheceu grande desenvolvimento entre 1715 e 1730, durante a regência de Filipe de Orléans.
Existe uma alegria na decoração carregada, na teatralidade, na refinada artificialidade dos detalhes, mas sem a dramaticidade pesada nem a religiosidade do barroco. Tenta-se, pelo exagero, se comemorar a alegria de viver, um espírito que se reflete inclusive nas obras sacras, em que o amor de Deus pelo homem assume agora a forma de uma infinidade de anjinhos rechonchudos. Tudo é mais leve, como a despreocupada vida nas grandes
cortes de Paris ou Viena.


ARQUITETURA


Igreja da Peregrinação de Wies - Séc. XVIII - Steigaden


A arquitetura rococó é marcada pela sensibilidade, percebida na distribuição dos ambientes interiores, destinados a valorizar um modo de vida individual e caprichoso. Essa manifestação adquiriu importância principalmente no sul da Alemanha e na França. Suas principais características são uma exagerada tendência para a decoração carregada, tanto nas fachadas quanto nos interiores. As cúpulas das igrejas, menores que as das barrocas, multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, servindo para quebrar a rigidez das paredes.



Palacio do Belvedere - Viena


O mesmo acontecia com a arquitetura palaciana. A expressão máxima dessa tendência são os pequenos pavilhões e abrigos de caça dos jardins. Construídas para o lazer dos membros da corte, essas edificações, decoradas com molduras em forma de argolas e folhas transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para completar essa imagem dissimulada, surgiam no teto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons pastel. Na metade do século, o "estilo Pompadour" já constituiu uma variante do rococó: curvas e contra curvas animam as paredes e os ritmos decorativos, afirma-se a assimetria, a trama linear invade tudo. As Vilas construídas para a favorita de Luís XV sugerem a evolução de um gosto que se desenvolve com pequenas oscilações.
Os móveis, importantíssimo complemento da construção arquitetônica, assumem uma transcendência particular. De um lado isto decorre da exigência, de determinados arranjos. De outro lado a variedade cromática, devido ao emprego de madeiras raras marchetadas, ornadas de frisos dourados, é acompanhada pelo requinte de suas linhas. Acompanha tudo isso o gosto pelos bibelôs.

ESCULTURA




Devido ao grande desenvolvimento decorativo, a escultura ganha importância. Os escultores do rococó abandonam totalmente as linhas do barroco. Suas esculturas são de tamanho menor. Embora usem o mármore, preferem o gesso e a madeira, que aceitam cores suaves. Os motivos são escolhidos em função da decoração. Até artistas famosos, principalmente aqueles ligados a manufatura de Sèvres se apressam a preparar para ela, desenhos e modelos. Em função de lembrança, do souvenir, os pequemos grupos representam cenas de gênero e narram, com linguagem espontânea e cores luminosas, episódios galantes, brincadeiras e jogos infantis.




Nas igrejas da Baviera surge o teatro sacro. Altares com iluminação a partir do fundo, decorados com cenários carregados de anjos, folhas e flores, são a referência ideal para cenas religiosas de uma inegável atmosfera de ópera.
Deve-se destacar também que é nessa época que surge com um vigor inusitado a indústria da escultura de porcelana na Europa, material trazido do Extremo Oriente, na esteira do exotismo tão em voga nessa época. Esse delicado material era ideal para a época, e imediatamente surgiram oficinas magistrais nessa técnica, em cidades da Itália, França, Dinamarca e Alemanha.

PINTURA





A pintura rococó deixa de lado os afrescos a fim de dar lugar aos arrases que pendem macios das paredes e torna íntimo e discretos os ambientes; aproveita os recursos do barroco, liberando-os de sua pesada dramaticidade por meio da leveza do traço e da suavidade da cor. Agora o quadro tem pequenas dimensões, passando a ser colocado nas entreportas ou ao lado das janelas, onde antes eram colocados os espelhos. Por vezes os quadros têm um lugar reservado: são os cabinets de pintura, onde se reúnem os entendedores para apreciar as obras.




O homem do rococó é um cortesão, amante da boa vida e da natureza. Vive na pompa do palácio, passa o dia em seus jardins e se faz retratar tanto luxuosamente trajado nos salões de espelhos e mármores quanto em meio a primorosas paisagens bucólicas, vestido de pastorzinho.




As cores preferidas são as claras. Desaparecem os intensos vermelhos e turquesa do barroco, e a tela se enche de azuis, amarelos pálidos, verdes e rosa. As pinceladas são rápidas e suaves, movediças. A elegância se sobrepõe ao realismo. As texturas se aperfeiçoam, bem como os brilhos.
Existe uma obsessão muito particular pelas sedas e rendas que envolvem as figuras. Os retratos de Nattier e as cenas galantes de Fragonard são as obras mais representativas desse estilo.

REALISMO/NATURALISMO. 1.ANO.


                                                 REALISMO 
                                                                                                          Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem. 
Artes Plásticas – A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.
Literatura – O realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance – social, psicológico e de tese – é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
Na passagem do romantismo para o realismo misturam-se aspectos das duas tendências. Um dos representantes dessa transição é o escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850), autor do conjunto de romances Comédia Humana. Outros autores importantes são os franceses Stendhal (1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro , e Prosper Merimée (1803-1870), autor de Carmen, além do russo Nikolay Gogol (1809-1852), autor de Almas Mortas.
O marco inicial do realismo na Literatura é o romance Madame Bovary , do francês Gustave Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias; o russo Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz; os ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.
A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
Teatro – Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.
REALISMO NO BRASIL – No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.
Artes plásticas –Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.
Literatura –O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
O realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.
Teatro –Os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem passa a ser coloquial.
Entre os principais autores estão romancistas realistas, como Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador de comédias e operetas como A Capital Federal e O Dote, Quintino Bocaiúva (1836-1912) e França Júnior (1838-1890).

                                             

domingo, 4 de março de 2012

EXPRESSIONISMO. 3. ANO.

EXPRESSIONISMO

Principais características:
* pesquisa no domínio psicológico;
* cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
* dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
* pasta grossa, martelada, áspera;
* técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;
* preferência pelo patético, trágico e sombrio.


OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento "Pós Impressionista". Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.
Paul Gauguin (1848-1903)
Paul Cèzanne (1839-1906)
Vicent Van Gogh (1853-1890)
Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. O Expressionismo não se confunde com o Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo" do mundo.
Sob o rótulo expressionista estão movimentos e escolas como o grupo Die Brücke (do alemão: A ponte), as últimas Secessões vienenses e de uma certa forma o fauvismo. A arquitetura produzida por Mendelsohn também é chamada de expressionista.
Em uma acepção mais ampla, a palavra se refere a qualquer manifestação subjetiva da criação humana.
Nas artes plásticas
Uma das primeiras manifestações, neste contexto das vanguardas, a ser chamada de expressionista foi a dos fauves (que mais tarde teria em Henri Matisse seu principal desdobramento, ainda que sua obra se afaste do arquétipo expressionista). No fovismo, a principal e mais clara herança dos pós-impressionistas (entre os quais Paul Gauguin tem posição de destaque, seguido do supracitado Van Gogh) é a pesquisa formal e psicológica dos efeitos dramáticos da cor na composição pictórica. A cor aqui é vista de uma maneira absolutamente não-naturalista, independente e é essencialmente uma forma de expressão de sensações e sentimentos. O expressionismo era baseado na explosão da emoção, na explosão do sentido. Utiliza a imagem visual que nos cerca para uma realidade interior. Ocorre a deformação das imagens, devido ao sentimento interior intervir na realidade. O fato dramático sobrepõe ao fato artístico.
Existiram dois grupos, porém, que entre todos os movimentos são os mais facilmente identificados com o expressionismo. São eles: A Ponte (Die Brücke'), em Dresden (1905-1913); e O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter), em Munique (1911-1914). Os primeiros eram mais agressivos e politizados e seus principais representantes são Ernst Ludwig Kirchner e Emil Nolde. O Cavaleiro Azul (que mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração) eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística e seus principais membros são Vassíli Kandínski, Paul Klee e August Macke.
Na America Latina o expressionismo manifestou-se como uma via de protesto político. No México, seus representantes mais importantes são os muralistas, como Diego Rivera.
Durante a década de 1950, o expressionismo volta a se manifestar, mas agora de uma outra maneira, na obra de artistas americanos como Jackson Pollock, dentro do que ficou conhecido por expressionismo abstrato. Notabilizou-se principalmente na Alemanha.



BARROCO NO BRASIL. 2. ANO.

A Arte Barroca - Contexto Histórico

A arte barroca estendeu-se por todo o século XVII e pelas primeiras décadas do XVIII. Surgiu em Roma e aos poucos espalhou-se por toda a Europa e América Latina. O barroco assumiu diversas características ao longo de seu tempo e, mais que um estilo artístico, era um estilo de vida. A arte barroca era profundamente católica e foi usada como forma de expressão da mensagem religiosa da Contra-Reforma.
A exuberância da arte barroca foi considerada de mau gosto pelos neoclássicos do século XVIII. Foi em meados de 1750 que a palavra barroco passou a ter sentido pejorativo, designando uma arte extravagante, muito rebuscada.

A Arte Barroca no Brasil

O estilo barroco chegou ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses. Seu desenvolvimento pleno se deu no século XVIII, cem anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX.
As primeiras manifestações do espírito barroco foram presenciadas não só em fachadas e frontões, mas também, principalmente, na decoração de algumas igrejas em meados do século XVII. A talha barroca dourada em ouro, de estilo português, espalhou-se pelas regiões do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Com a perda da força econômica e política, iniciou-se um período de certa estagnação no nordeste, com exceção de Pernambuco que conheceu o estilo rococó na segunda metade do século. O foco então voltou-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da Colônia em 1763, e a região de Minas Gerais, desenvolvida às custas da descoberta de minas de ouro (1695) e diamante (1730). Não por acaso, dois dos maiores artistas barrocos brasileiros trabalharam exatamente neste período: Mestre Valentim (1745-1813), no Rio de Janeiro e o Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacências. E foi na suavidade do estilo rococó mineiro (a partir de 1760) que encontrou-se a expressão mais original do Barroco Brasileiro.

ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA. BRASIL. 1.ANO.

ARTE PRÉ-HISTÓRICA 
NO BRASIL
Sítio Arqueológico Serra da Capivara , Brasil. Se localiza no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, tem 6.000 a 12.000 anos de idade, foi descoberta em 1970 pela francesa Niède Guidon, as pinturas mostram pequenas figuras de homens e animais.
No total são 25 mil figuras. Para pintá-las nossos artistas primitivos usaram óxido de ferro das rochas, às vezes misturando com gordura animal para fixar melhor a cor.
Utilizando sempre o mesmo material, eles acabavam pintando tudo em tons de ocre avermelhado.
Considerado o sítio arqueológico mais antigo das Américas, o Parque Nacional da Serra da Capivara é um palco de onde se descortinam visões de um passado distante do ser humano.
Suas pinturas rupestres, que foram consideradas patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO, aliadas a uma paisagem exótica, são atrativos para todos os que buscam um pouco de aventura e de contato com a natureza.
As descobertas arqueológicas do local tomaram maior dimensão quando, em 1986, foi criada a fundação Museu do Homem Americano - FUMDHAM, dirigida pela arqueóloga paulista Niéde Guidon.
A Fundação vem buscando novos vestígios, catalogando descobertas e enriquecendo o acervo do museu instalado na região.
SANTA CATARINA
A atividade humana na Ilha de Santa Catarina teve início por volta de 5.000 anos atrás, com a chegada dos primeiros caçadores e coletores, grupos pré-ceramistas que construíram os Sambaquis (montes cônicos de conchas que podem atingir até 30 metros de de altura).
Os caçadores e coletores, primeiros grupos humanos a habitarem o litoral de Santa Catarina, consumiam os moluscos e amontoavam as cascas para morarem sobre elas, pois constituíam um local alto e seco.
Ocupação após ocupação fez com que estes montes atingissem alturas fantásticas. O Estado de Santa Catarina possui os maiores sambaquis do mundo, espalhados por seu litoral, de norte a sul.
Depois dos caçadores e coletores, ocupou também o território ilhéu os ceramistas Itararé, vindos do planalto e, finalmente, o Carijó, índio guarani que viria a ter o contato com o europeu colonizador.
É o que podemos chamar de arte ou escrita indígena. As inscrições (ou petroglifos) da Ilha tem características bastante particulares, próprias da região. São motivos abstratos geométricos, representações zoomorficas e antropomorficas.
Estes desenhos eram feitos com ferramentas de pedra, porém, quem os fez ainda é um mistério. 
O que torna difícil a identificação dos autores é o fato de três culturas diferentes terem habitado a mesma região.
Gravados na superfície dos paredões de diabásio dos costões, alcançam no máximo três milímetros de profundidade por trinta milímetros de largura. 
Alguns apresentam a superfície picoteada, outros raspada e ainda há aqueles que possuem as duas técnicas associadas.
Estes petroglifos estão dispostos em sítios voltados para o Oceâno Atlântico, em praias de mar bravo, locais que passam uma sensação de medo e respeito. Teria estes grafismos uma conotação mística ou religiosa?