domingo, 8 de setembro de 2013

ALÉM DA LUZ. DE 09/09/13 A 13/09/13. 2º ANO.

ALÉM DA LUZ


Ao ler um roteiro, é natural que o diretor de fotografia comece a imaginar uma porção de enquadramentos e de movimentos de câmera para filmar a história. Lendo uma cena de ação, por exemplo, em que um ladrão foge de um policial, correndo num beco estreito, fatalmente o fotógrafo imaginará uma câmera na mão, nervosa, perseguindo o bandido beco adentro.

Na verdade, essa pré-visualização do filme acontece com todos os membros da equipe. Todos os que lêem o roteiro, de certa forma, dirigem o filme na imaginação. Claro que o diretor tem um papel-chave nessa pré-visualização. É ele quem define o caminho a seguir, encontrando a identidade visual do filme, transformando o roteiro em imagem. Seu trabalho pode, inclusive, gerar um storyboard, uma espécie de história em quadrinhos que define o enquadramento de cada cena.

Com o fotógrafo, a relação do diretor, na hora de escolher os enquadramentos, é muito próxima.Geralmente, é o fotógrafo quem opera a câmera, num set de filmagem. Enquanto o diretor de arte prepara cenário, objetos e figurinos, e o diretor passa instruções para os atores, o diretor de fotografia monta a luz – essência do filme – e prepara o enquadramento pelo visor da câmera.

Essa relação direta com a câmera, com o enquadramento, dá ao diretor de fotografia uma visão privilegiada da decupagem de uma história. Uma sensibilidade acima da média para fixar e movimentar a câmera. E nenhum diretor, por mais pragmático ou ditador que seja, despreza os conselhos e as idéias do diretor de fotografia.

Dessa forma, além de montar a luz, o fotógrafo auxilia o diretor, buscando enquadramentos que contem melhor a história. Daí a importância de conhecer dramaturgia. Porque um bom fotógrafo conversa com o diretor, idealiza a luz, monta a luz, escolhe a melhor lente, busca o foco, palpita na decupagem e filma tendo sempre como objetivo contar uma história usando as melhores imagens.

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