domingo, 24 de fevereiro de 2013

TERCEIROS ANOS. DADAÍSMO.

Fundado em Zurique, em 1916, por um grupo de refugiados da Primeira Guerra Mundial, o movimento Dadá mesmo que muitas vezes sem sentido, tinha um objetivo de não-sem-sentido: protestar contra a loucura da guerra. Dez milhões de pessoas foram massacradas ou ficaram inválidas. Não admira que os dadaístas achassem que não podiam mais confiar na razão e na ordem estabelecida.Sua alternativa então foi subverter toda autoridade e cultivar o absurdo. 

Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, esta foi escolhida aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional enonsense do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Entre os principais nomes do movimento estão, na Alemanha, Raoul Haussmann, Johannes Baader, John Heartfield, Kurt Schwitters, Max Ernst. Nos EUA, encontrava-se Francis Picabia, Marcel Duchamp (oriundo da França) e Man Ray.

O movimento era direcionado contra as ideias da burguesia que tratava de vida e arte. Esquecendo das noções de lógica, moralidade ou convenção, os Dadaístas buscaram criar uma anti-arte provocativa e a rejeitar qualquer sistema estético. 


As formas mais usadas de suas expressões artísticas foram a formação de novas construções – figuras, esculturas ou poemas proclamados em voz alta – e principalmente montagem, assemblage, e colagem.

O Dadaísmo é caracterizado pela oposição por qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. 

Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.Procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas convencionais. 

Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de desilusão causada pela Primeira Guerra Mundial. A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as formas principais da expressão dadaísta tenham sido o poema aleatório e o ready-made criado por Marcel Duchamp. Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base para o surgimento de inúmeros outros movimentos artísticos do século XX, entre eles o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o Expressionismo Abstrato.




TERCEIROS ANOS. ABSTRACIONISMO.


Definição
Em sentido amplo, abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e  pela imitação do mundo. Em acepção específica, o termo liga-se às vanguardas européias das décadas de 1910 e 1920, que recusam a representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a simplificação da forma, os novos usos da cor, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos convencionais de sombra e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas sob esse rótulo. Inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, que se torna, a partir da década de 1930, um dos eixos centrais da produção artística no século XX.

É possível notar duas vertentes a organizar a ampla gama de direções assumidas pela arte abstrata. A primeira, inclinada ao percurso da emoção, ao ritmo da cor e à expressão de impulsos individuais, encontra suas matrizes no expressionismo e no fauvismo. A segunda, mais afinada com os fundamentos racionalistas das composições cubistas, o rigor matemático e a depuração da forma, aparece descrita como abstração geométrica. As vanguardas russas exemplificam as duas vertentes: Wassili Kandinsky (1866-1944), representante da primeira, é considerado pioneiro na realização de pinturas não-figurativas com Primeira Aquarela Abstrata (1910) e a série Improvisações (1909/1914). Seu movimento em direção à abstração inspira-se na música e na defesa de uma orientação espiritual da arte, apoiada na teosofia. Em torno de Kandinsky e Franz Mac (1880-1916) organiza-se, na Alemanha, o Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], 1911, grupo do qual participam August Macke (1887-1914) e Paul Klee (1879-1940), e se aproximam as pesquisas abstratas de Robert Delaunay (1885-1941) e o simbolismo místico do checo radicado em Paris Frantisek Kupka (1871-1957).
Kasimir Malevich (1878-1935) é um dos maiores expoentes da arte abstrata geométrica. No bojo do suprematismo, 1915, defende uma arte comprometida com a pesquisa metódica da estrutura da imagem. A geometria suprematista se apresenta nos célebresQuadrado Preto Suprematista (1914/1915) e Quadrado Branco sobre Fundo Branco (1918). A obra de Malevitch tem impacto sobre o construtivismo de Alexander Rodchenko (1891-1956) - ver Negro sobre Negro (1918) - e o realismo dos irmãos A. Pevsner (1886-1962) e N. Gabo (1890-1977). O neoplasticismo de Piet Mondrian e Theo van Doesburg indica outra tendência da abstração geométrica. O movimento se organiza em torno da revista De Stijl[O Estilo], 1917, e tem o propósito de encontrar nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas. As composições se articulam com base em elementos mínimos: a linha reta, o retângulo e as cores primárias - azul, vermelha e amarela -, além da preta, branca e cinza. As idéias estéticas defendidas em De Stijl reverberam nos gruposCercle et Carré (1930) e Abstraction-Création (1931), na França, e no Circle (1937), na Inglaterra.
Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa e os Estados Unidos assistem a desdobramentos da pesquisa abstrata. O tachismo europeu, também associado à abstração lírica, apresenta-se como tentativa de superação da forma pela ultrapassagem dos conteúdos realistas e dos formalismos geométricos. Os trabalhos de Hans Hartung (1904) e Pierre Soulages (1919) apóiam-se sobretudo no gesto, enquanto nas obras de Jean Fautrier (1898-1964) e  Jean Dubuffet (1901-1985) - e nos trabalhos de Alberto Burri (1915-1995) e Antoni Tàpies (1923-2012) - a pesquisa incide preferencialmente sobre a matéria. Nos Estados Unidos, a abstração ganha força com o expressionismo abstrato de Jackson Pollock (1912-1956) e Willem de Kooning (1904-1997) - que descarta tanto a noção de composição, cara à abstração geométrica, quanto a abstração lírica -, as grandes extensões de cor não modulada de Barnett Newman (1905-1970) e Mark Rotkho (1903-1970) e a pintura com cores planas e contornos marcados de Ellsworth Kelly (1923) e Kenneth Noland (1924). O minimalismo de Donald Judd (1928), Ronald Bladen (1918-1988) e Tony Smith (1912-1980) - tributário de uma vertente da arte abstrata norte-americana que remonta a Ad Reinhardt (1913-1967), Jasper Johns (1930) e Frank Stella (1936) - retoma as pesquisas geométricas na contramão da exuberância romântica do expressionismo abstrato.
No Brasil, as obras de Manabu Mabe (1924-1997) e Tomie Ohtake (1913) aproximam-se do abstracionismo lírico, que tem adesão de Cicero Dias (1907-2003) e Antonio Bandeira (1922-1967). Nos anos 80, observa-se uma apropriação tardia da obra de Kooning na produção de Jorge Guinle (1947-1987). O pós-minimalismo, por sua vez, ressoa em obras de Carlos Fajardo (1941)José Resende (1945) e Ana Maria Tavares (1958). Em termos de abstração geométrica, são mencionados os artistas reunidos no movimento concreto de São Paulo (Grupo Ruptura) e do Rio de Janeiro (Grupo Frente) e no neoconcretismo.

TERCEIROS ANOS. FUTURISMO.

O futurismo é um movimento artístico e literário surgido oficialmente em 20 de fevereiro de 1909, com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. A obra rejeitava o moralismo e o passado. Apresentava um novo tipo de beleza, baseado na velocidade e na elevação da violência.


O slogan do primeiro manifesto futurista de 1909 era “Liberdade para as palavras”, e considerava o design tipográfico da época, especialmente em jornais e propaganda. A diferença entre arte e design passa a ser abandonada e a propaganda é escolhida como forma de comunicação.



O novo é uma característica tão forte do movimento, que este chegou a defender a destruição de museus e de cidades antigas. Considerava a guerra como forma de higienizar o mundo.



O futurismo desenvolveu-se em todas as artes, influenciando vários artistas que posteriormente instituíram outros movimentos modernistas. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde vários artistas, entre eles Marinetti, se identificaram com o fascismo.



O futurismo enfraqueceu após a Primeira Guerra Mundial, mas seu espírito rumoroso e inquieto refletiu no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna e no design gráfico pós-moderno.



A pintura futurista recebeu influência do cubismo e do abstracionismo, mas utilizava-se de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens com a pretensão de dar a ideia de dinamismo.



Na literatura, as principais manifestações ocorreram na poesia italiana, que se dedicava às causas políticas. A linguagem é espontânea e as frases são fragmentadas para exprimir a ideia de velocidade.

SEGUNDOS ANOS. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O REALISMO.


A Segunda Revolução Industrial proporcionou um ambiente oportuno para o surgimento do Realismo, pois houve uma tendência para romper-se com o passado. 

O Realismo - 1850/1900 - está profundamente ligado ao ambiente social do final do século 19. Relaciona-se tanto à sua face otimista - a crença no avanço à ciência e do progresso - como a seu lado cruel: a desigualdade social, a miséria, a terrível exploração do trabalho.

A maior expressão do Realismo foi o francês Gustave Courbet. Sua pintura é dotada de um sentimento de vitalidade natural ao abordar cenas do cotidiano, o que provam suas telas  Preparativos da Noiva e Enterro em Ornans.

Outro destaque do Realismo, apesar de já usar a técnica  impressionista, foi  Henri de Toulouse-Lautrec que foi o introdutor dos cartazes. Seu mundo era o dos seres humanos, pois costumava dizer que 'Apenas a figura existe, a paisagem deve ser acessório'.

Segundo Bertolt Brecht, o realismo não é o que as coisas reais parecem, mas o que elas realmente são.
As sobrevivências acadêmicas existentes nos românticos são combatidas pelos Realistas, na segunda metade do século 19. O Realismo é a representação das coisas objetivas e visíveis. Porém ser realista não é ser exato como a fotografia, mas verdadeiro, fixando os elementos característicos e expressivos das coisas e dos seres.

'A pintura, dizia Courbet, é uma arte essencialmente objetiva e consiste na representação das coisas reais e existentes. Um motivo abstrato, invisível, não pertence ao domínio da pintura. A imaginação na arte consiste em saber achar a expressão completa de uma coisa existente, jamais na sugestão ou criação da mesma.

O belo está na natureza e encontra-se na realidade, sob as mais diversas formas. O belo, como verdadeiro, é algo relativo ao tempo em que se vive e ao indivíduo apto a concebê-lo. A expressão de beleza está em relação direta com o poder de percepção adquirido pelo artista. Não pode haver escolas, só existem pintores.'

Os Realistas pintavam as cenas da vida cotidiana e flagrantes populares, impregnado-se das idéias socialistas da época. Representavam aquilo que estava diante dos olhos.

Pintavam diferente dos Românticos e dos neoclássicos: pintavam como se tivessem documentando, sem que suas pinturas fossem fiéis, exatas, verdadeiras fotografias da realidade, mesmo porque o Realista era bastante sintético, eliminando o que lhe parecia supérfluo e inexpressivo. Portanto ser Realista não era ser exato, mas verdadeiro. 

'O termo realismo refere-se a um estilo de representação próxima da realidade. A realidade objetiva é criteriosamente reproduzida, e durante o processo, as características mais importantes da realidade retratada - proporções, aspectos tridimensionais, cor, distância, luz - são retiradas. Assim, a representação da realidade está ligada à sua interpretação. Temos, portanto, nos últimos 150 anos - o realismo clássico, Nova objetividade, Realismo Americano, Nouveau Réalisme, Realismo Socialista e Fotorrealismo'. (Taschen)

SEGUNDOS ANOS. ROMANTISMO.

Romantismo  

Definição
As definições de romantismo disponíveis alertam para as dificuldades da tarefa. A diversidade de obras, temas e orientações implicadas no termo leva a pensar em um complexo romântico, que inclui as diferentes artes e a filosofia. Isso porque, menos que um estilo ou escola, o romantismo faz referência a uma visão de mundo mais ampla que se dissemina por toda a Europa, entre meados do século XVIII até fins do século XIX. A visão romântica anuncia uma ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da época da Ilustração. Se o termo "clássico" remete à ordem, ao equilíbrio e à objetividade, a designação "romântico" apela às paixões, às desmedidas e ao subjetivismo. A dicotomia clássico/romântico, freqüentemente acionada pelos historiadores da arte, não deve levar ao estabelecimento de uma oposição radical entre os termos, já que as diferentes orientações se combinam em diversos artistas. Por exemplo, as pinturas visionárias e fantásticas do inglês William Blake (1757 - 1827), indica Giulio Carlo Argan, ainda que próximas ao espírito romântico, tomam como modelo as formas clássicas. É possível também pensar as noções, como fazem alguns críticos, como orientações mais gerais, descoladas de localizações cronológicas marcadas, o que levaria a distinguir tendências "clássicas" ou "românticas" em diferentes épocas. A oposição clássico/romântico permitiria explicar, no limite, o desenvolvimento das artes e da cultura na Europa e Estados Unidos nos séculos XIX e XX.
Tanto o clássico quanto o romântico são teorizados entre a metade do século XVIII e meados do século XIX. O contexto onde as novas idéias se ancoram é praticamente o mesmo: as contradições ensejadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa que repercutem na redefinição das classes sociais (nobreza, a burguesia em ascensão, o campesinato e operariado nascente). O neoclassicismo parece coincidir com a Revolução Francesa e com o império napoleônico, e o romantismo aparece mais diretamente ligado à ascensão da burguesia e aos movimentos de independência nacional. O clássico é teorizado pelo pintor e crítico Anton Raphael Mengs (1728 - 1779) e pelo historiador da arte Johann Joachim Winckelmann (1717 - 1768), que defendem a retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de equilíbrio, clareza e proporção. À linha curva e retorcida dos estilos anteriores - o barroco e o rococó -, o neoclassicismo opõe a retidão e a geometria. O romântico, por sua vez, é sistematizado histórica e criticamente pelo grupo reunido em torno dos irmãos Schlegel na Alemanha, a partir de 1797, ao qual se ligam: Novalis, Tieck, Schelling e muitos outros. A filosofia de Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778) está na base das formulações românticas alemães e tem forte impacto no pré-romantismo do Sturm und Drang [Tempestade e Ímpeto]. O que faz de Rousseau um precursor do romantismo é o seu pessimismo em relação à sociedade e à civilização, evidente no postulado de uma natureza humana pura, corrompida pela cultura. Disso decorre a exaltação rousseauniana da natureza, da simplicidade da criação, da nostalgia do primitivo e do culto do gênio original.
O cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão - no tempo (na Idade Média gótica) e no espaço (nos lugares exóticos, no Oriente, nas Américas); os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o culto ao folclore e àcor local são traços destacados da produção romântica, seja na literatura de Walter Scott, Chateaubriand, Victor Hugo e Goethe, seja na música de Beethoven, Weber e Schubert. Nas artes visuais, o nome do alemão Caspar David Friedrich (1774 - 1840) associa-se diretamente às formulações dos teóricos do romantismo. A Cruz nas Montanhas (1808), O Viajante Sobre as Nuvens (ca.1818) e Paisagem nas Montanhas da Silésia (1815-1820), por exemplo, revelam uma natureza expressiva, nada decorativa. As grandes extensões de mar, montanhas e planícies cobertas de nuvens e/ou neblina que se estendem ao infinito, as rochas e picos, e o homem solitário em atitude contemplativa, compõem a imagística do romantismo: a natureza como locus da experiência espiritual do indivíduo, a postura meditativa do sujeito, a solidão, a longa espera etc.
O paisagismo inglês de William Turner (1775 - 1851) e John Constable (1776 - 1837) costuma ser incluído no rol da pintura romântica, a despeito das distâncias em relação à vertente alemã e das soluções diversas adotadas por cada um deles. Turner realiza telas de tom dramático, com forte movimento e luminosidade (Naufrágio, 1805, Mar em Tempestade,1820). As paisagens de Constable, por sua vez, tendem ao acento naturalista, ao tom poético e ao pitoresco: são ambientes acolhedores, compostos de casas, águas, nuvens etc. (A Represa e o Moinho de Flatford, 1811, A Carroça de Feno, 1821). Na França, por sua vez, o impacto da revolução e o mito napoleônico se refletem nos temas históricos e nas cenas de batalhas, amplamente exploradas pelos pintores. Théodore Géricault (1791 - 1824), admirador de Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564) e do barroco, retoma o passado e a história em telas como A Jangada da Medusa  (1819). O quadro trata de um naufrágio, ocorrido dois anos antes, e da luta desesperada dos sobreviventes. O embate entre vida e morte e as relações hostis entre o homem e a natureza se expressam no movimento dos corpos e da vela, enlaçados num mesmo drama, que as formas revoltas das ondas e nuvens auxiliam a enfatizar. Eugène Delacroix (1798 - 1863), maior expoente do romantismo francês, se detém sobre a história política do seu tempo no célebre A Liberdade Guia o Povo (1850), quando registra a insurreição de 1830 contra o poder monárquico. A liberdade, representada pela figura feminina que ergue a bandeira da França sobre as barricadas, é uma alegoria da independência nacional, tema fundamental para os românticos. A imagem da luta aparece também na obra de Delacroix associada aos temas bíblicos e religiosos (A Luta de Jacó com o Anjo, 1850-1861).
No Brasil, o romantismo tem raízes no movimento de independência de 1822 e reverbera pela produção artística de modo geral, assumindo contornos diversos nas diferentes artes e nos vários artistas. Na literatura, podem ser lembrados os nomes de Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882), José de Alencar (1829 - 1877), Gonçalves Dias (1823 - 1864), Álvares de Azevedo (1831 - 1852) entre outros. Na música, os de Carlos Gomes (1836 - 1896), Elias Álvares Lobo e Alberto Nepomuceno (1864 - 1920). A localização de uma tendência romântica na pintura histórica e acadêmica nacional impõe uma análise mais apurada dessa produção específica, e diversificada, vista por muitos intérpretes como realizada exclusivamente em moldes neoclássicos. Se neoclassicismo e romantismo se combinam em diferentes artistas europeus, como dito no início, o mesmo se verifica entre nós. Nas composições de Victor Meirelles (1832 - 1903), por exemplo, observam-se afinidades com o espírito romântico de Géricault e Delacroix.

SEGUNDOS ANOS. NEOCLASSICISMO.


Movimento cultural europeu, do século XVIII e parte do século XIX, que defende a retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de equilíbrio, clareza e proporção. O movimento, de grande expressão na escultura, pintura e arquitetura, recusa a arte imediatamente anterior - o barroco e o rococó, associada ao excesso, à desmedida e aos detalhes ornamentais. À sinuosidade dos estilos anteriores, o neoclassicismo opõe a definição e o rigor formal. Contra uma concepção de arte de atmosfera romântica, apoiada na imaginação e no virtuosismo individual, os neoclássicos defendem a supremacia da técnica e a necessidade do projeto - leia-se desenho - a comandar a execução da obra, seja a tela ou o edifício. A isso liga-se a defesa do ensino da arte por meio de regras comunicáveis, o que se efetiva nas academias de arte, valorizadas como locus da formação do artista. O entusiasmo pela arte antiga, a recuperação do espírito heróico e dos padrões decorativos da Grécia e Roma se beneficiam da pesquisa arqueológica (das descobertas das cidades de Herculano em 1738 e Pompéia em 1748) e da obra dos alemães radicados na Itália, o pintor Anton Raphael Mengs (1728 - 1779) e o historiador da arte e arqueólogo Joachim Johann Winckelmann (1717 - 1768), principal teórico do neoclassicismo. A edição em 1758 de Ruínas dos Mais Belos Monumentos da Grécia, de J.-D. Le Roy e de A Antigüidade de Atenas (1762), dos ingleses James Stuart e Nicholas Revett, evidenciam a intensidade da retomada greco-romana.
A escultura neoclássica tem em Roma o seu centro irradiador, nas versões de Antonio Canova (1757 - 1822), Bertel Thorvaldsen (1770 - 1844) e John Flaxman (1755 - 1826).Teseu e o Minotauro (1781 - 1783) é considerada a primeira grande obra de Canova, seguida pela sepultura do papa Clemente XIV, na Igreja dos Santos Apóstolos (1783 - 1787). Ainda que amparada em modelos semelhantes, a escultura de Thorvaldsen é vista como oposta a de Canova pelo acento no volume em detrimento do movimento e luz. A fama internacional de Flaxman advém das gravuras para a Ilíada e a Odisséia (1793). Na pintura, o epicentro do neoclassicismo desloca-se para a França. Ali, diante da Revolução Francesa, o modelo clássico adquire sentido ético e moral, associando-se a alterações na visão do mundo social, flagrantes na vida cotidiana, na simplificação dos padrões decorativos e na forma despojada dos trajes. A busca de um ideal estético da Antigüidade vem acompanhada da retomada de ideais de justiça e civismo, como mostram as telas do pintor Jacques-Louis David (1748 - 1825), que exercita seu estilo a partir de suas estadas na Itália em 1774 e 1784 e do exemplo dos pintores franceses de Nicolas Poussin (1594 - 1665) e Claude Lorrain (1600-1682). A dicção austera das composições de David - ao mesmo tempo simples e grandiloqüentes - despidas de ornamentos e detalhes irrelevantes, nas quais as cores são circunscritas pelos traços firmes do contorno, tornar-se-á sua marca caraterística. O Juramento dos Horácios (1784) e A Morte de Socrátes(1787) são exemplos nítidos da gramática neoclássica empregada pelo pintor francês, em que convivem o equilíbrio e precisão das formas. Pintor da Revolução Francesa (A Morte de Marat, 1793), David foi também defensor de Napoleão (Coroação de Napoleão, 1805-1807). Nos dois momentos, a França encena os modelos da Roma Republicana e da Roma Imperial, tanto na arte quanto na vida social, pela recusa do estilo aristocrático anterior.
A Revolução Francesa, a proeminência da burguesia e o início da Revolução Industrial na Inglaterra modificam radicalmente a posição do artista na sociedade. A arte passa a responder a necessidades sociais e econômicas. A construção de edifícios públicos - escolas, hospitais, museus, mercados, cárceres etc. - e as intervenções no traçado das cidades evidenciam a exigência de racionalidade que a arquitetura e a urbanística, nova ciência da cidade, almejam. A defesa da racionalização dos espaços é anunciada por arquitetos como Étienne-Louis Boullée (1728 - 1799) e Claude-Nicolas Ledoux (1736 - 1806), que traduzem os anseios napoleônicos de transformar arquiteturas e estruturas sociais, com ênfase na função das edificações. Tal ideário origina, paradoxalmente, projetos e construções "visionárias", como os edifícios em forma de esfera (Casa dos Guardas Campestres, 1780, de Ledoux). Após a revolução, a arquitetura neoclássica teve papel destacado na formação do estilo burguês imperial, presente, entre outros, na Rua de Rivoli e no Arc du Carrousel em Paris.
Reverberações do neoclassicismo se observam em toda a Europa. Todas as nações e cidades, afirma o historiador italiano Giulio Carlo Argan, têm uma fase neoclássica, relacionada à vontade de reformas e de planejamento racional correspondentes às transformações sociais em curso. As dificuldades de aclimatação do modelo neoclássico no Brasil vêm sendo apontadas pelos estudiosos, por meio de análises das obras deNicolas Taunay (1755 - 1830) e Debret (1768 - 1848), entre outros. Na arquitetura, a antiga Alfândega, hoje Casa França-Brasil, e o Solar Grandjean de Montigny, atualmente pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ, constituem exemplos de construção neoclássica no país.

PRIMEIROS ANOS. ARTE PRÉ-COLOMBIANA


"Pré-colombiano" se refere ao período anterior à chegada de Colombo ao Novo Mundo. Tudo o que os povos que habitavam as Américas do Norte, Central e Sul produziram até a vinda de Colombo, é pré-colombiano.

A Arte desse período se estende das montanhas do Peru às planícies do meio-oeste dos Estados Unidos e até o gelado Alasca. A Arte tinha importância vital para as sociedades tribais, eles acreditavam que os objetos tinham poderes mágicos, como máscaras e cachimbos usados nos rituais religiosos.

Esses objetos tinham uma simbologia para cada ritual, como cerimônias de iniciação, enterros e festivais. Os povos tribais caprichavam muito em seus trabalhos, pois tinham o costume de dar presentes, e quanto mais belo e precioso maior era o prestígio de quem o dava.

As pinturas eram bem abstratas, com figuram flutuantes sem fundo ou primeiro plano, pois eram muitas vezes inspiradas em visões. O Xamã, o sacerdote e o curandeiro faziam objetos inspirados por revelações que tinham em transe. As máscaras esquimós consideradas obras de extrema originalidade, são muito distorcidas, provavelmente um resultado desses impulsos subconscientes.

Espalhados pelas Américas, os povos pré-colombianos eram principalmente sete:

Na América do Norte eram:

NAVAJOS: Tribos do sudoeste dos EUA. Faziam tapetes com desenhos geométricos, pinturas na areia que curavam doenças, traziam fertilidade e garantia boa caça! Os pigmentos eram pó de diferentes rochas e minerais, carvão e pólen de trigo.

HOPI: Da região do Arizona nos EUA, esculpiam bonecos em raízes de algodoeiro que representavam deuses, usavam muitas penas e plumas para enfeitá-los, pintavam murais com cenas agrícolas e faziam muitos objetos em cerâmica.

KWAKIUTL: Da costa noroeste dos EUA, conhecidos pelos Totens, máscaras com expressão vigorosa e partes móveis, casas, e canoas entalhadas e decoradas.

 ATENÇÃO! Totem é qualquer objeto, ou símbolo, que tenha "poderes sobrenaturais" e seja cultuado como Deus.

ESQUIMÓ: Adivinhem de onde são esses? Do Alasca né! Essa era fácil... Os esquimós faziam máscaras com peles e penas, e usavam vários materiais esquisitos para compor suas obras, que eram usadas pelos Xamãs.

ATENÇÃO! Segundo os siberianos Xamãs significa "aquele que enxerga no escuro", é um ser considerado inspirado pelos espíritos, que pode voar para outros mundos, e em estado de transe se comunica com espíritos da natureza.

Já na América Central eram os:

MAIAS: Habitavam o México e a Guatemala, esses caras criaram templos enormes em forma de pirâmide em degraus, ricamente decorados com relevos e hieróglifos. Construíram a cidade de Tikal onde a mais alta pirâmide tinha 74 metros, e a população era de 70.000 habitantes. Os Maias tinham um elaborado estudo de calendários, e um profundo conhecimento sobre astronomia.

ASTECAS: Também situados no México este vasto império era dono de volumosas estátuas de deuses que exigiam sacrifícios humanos. Eram também especialistas em trabalhos em ouro e pedras preciosas.

E na América do Sul eram os:

INCAS: Você já foi para Machu Picchu? Então vá! É lá, no Peru, que fica a "cidade perdida dos Incas". Essa cidade bem conservada até hoje, é famosa pelos templos construídos em alvenaria, os Incas são famosos também pelos trabalhos em metalurgia. O estilo inca clássico é o chamado huaco-retrato, que surgiu no século V na cidade que estava aos pés da Huaca de la Luna. São vasos de gargalo com esculturas que mostram figurões da política, o cotidiano da população e cenas eróticas.

Quem aí já assistiu o filme "A nova onda do Imperador" da Disney? Bom, não era exatamente daquele jeito, mas o filme dá uma boa ideia de como eram os impérios Incas no período pré-colombiano, com muito ouro, grandes construções e cidades.

CURIOSIDADES!

As civilizações pré-colombianas escondem muitos segredos e mistérios, há alguns filmes que retratam os templos ameríndios de maneira misteriosa e escondendo grandes tesouros, passagens para outros mundos, e ainda como sendo amaldiçoados e mal assombrados.

 O Indiana Jones mesmo já deu umas voltas pelos templos pré-colombianos no seu último filme "O reino da caveira de cristal". Ou também o sangrento "Apocalypto" de Mel Gibson, que mostra de forma bem dramática o que se passava na civilização maia.

A verdade é que esse pessoal era mesmo, sem dúvida, muito misterioso e cheio de costumes estranhos...

Um costume em comum entre eles eram os sacrifícios humanos.
Em 1996 o arqueólogo Steve Bourget teve de catalogar osso por osso de mais de setenta corpos que foram encontrados em uma vala comum no Templo Huaca de la Luna, principal templo Mochica (Inca) de 32 m de altura.

 Ele possui um altar no topo onde eram realizados os sacrifícios em que o coração da vítima ainda viva era arrancado do corpo, e os corpos eram então jogados lá de cima mesmo. As vítimas eram jovens guerreiros capturados em combate e imolados em grandes cerimônias públicas. Macabro? Magiiina...

Estima-se que eram escolhidos três "sortudos" para serem sacrificados em cada ritual.

Mas por que essas pessoas desalmadas faziam isso, por pura maldade? Talvez, um pouquinho, mas principalmente por razões políticas e religiosas. Assim como os faraós egípcios, eles se achavam os deuses da galera e reivindicavam para si mesmos este posto.

Os cultos sangrentos eram demonstrações publicas intimidadoras. Eles usavam o terror religioso como instrumento de poder político, e, além disso, acreditavam que os sacrifícios podiam deter ou acalmar fenômenos da natureza, como o El Niño, que deixava as águas do litoral peruano extremamente quente e causava tempestades e enchentes arrasadoras. Elas acreditavam que o sacrifício humano devolveria a ordem ao mundo.








PRIMEIROS ANOS. PRÉ-HISTÓRIA. ARTE.


Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.

Consideramos como arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram antes do surgimento das primeiras civilizações e, portanto, antes da escrita. No entanto, isso pressupõe uma grande variedade de produção, por povos diferentes, em locais diferentes, mas com algumas características comuns.

A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Cabe lembrar que as cenas de caça representadas em cavernas não descreviam uma situação vivida pelo grupo, mas possuía um caráter mágico, preparando o grupo para essa tarefa que lhes garantiria a sobrevivência.

As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente de 25.000 A.C., portanto no período paleolítico. Na França encontramos o maior número de obras pré-históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho.

Arquitetura

Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizava-se de abrigos naturais ou fabricados
com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras eram as construções que serviam de habitação. Essas pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca.

Esses monumentos de pedras foram denominados "megalíticos" e podem ser classificados de: dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba; menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires e dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na Inglaterra. Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualísticas.

Escultura

A escultura foi responsável pela elaboração tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, nos quais encontramos a temática predominante em toda a arte do período. Animais e figuras humanas, principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade;

Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria. Elas foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de pedra pontiaguda.

Durante o período neolítico europeu (5000 A.C. - 3000d.C.) os grupos humanos já dominavam o fogo e passaram a produzir peças de cerâmica, normalmente vasos, decorados com motivos geométricos em sua superfície. Somente na idade do bronze a produção da cerâmica alcançou grande desenvolvimento, em virtude da sua utilização na armazenagem de água e alimentos.

Pintura 

As principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no interior de cavernas, em paredes de pedra e a princípio retratavam cenas envolvendo principalmente animais, homens e mulheres e caçadas, existindo ainda a pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é considerada naturalista.

No período neolítico, a pintura é utilizada como elemento decorativo e retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos, como espátulas.

Por volta de 2000 A.C. as características da pintura apresentavam um nível próximo ao de formas escritas, preservando porém seu caráter mágico ou religioso, celebrando a fecundidade ou os objetos de adoração (totens).

PRIMEIROS ANOS. ARTE PRÉ-HISTÓRIA NO BRASIL.


ARTE PRÉ-HISTÓRICA 
NO BRASIL
Sítio Arqueológico Serra da Capivara , Brasil. Se localiza no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, tem 6.000 a 12.000 anos de idade, foi descoberta em 1970 pela francesa Niède Guidon, as pinturas mostram pequenas figuras de homens e animais.
No total são 25 mil figuras. Para pintá-las nossos artistas primitivos usaram óxido de ferro das rochas, às vezes misturando com gordura animal para fixar melhor a cor.
Utilizando sempre o mesmo material, eles acabavam pintando tudo em tons de ocre avermelhado.
Considerado o sítio arqueológico mais antigo das Américas, o Parque Nacional da Serra da Capivara é um palco de onde se descortinam visões de um passado distante do ser humano.
Suas pinturas rupestres, que foram consideradas patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO, aliadas a uma paisagem exótica, são atrativos para todos os que buscam um pouco de aventura e de contato com a natureza.
As descobertas arqueológicas do local tomaram maior dimensão quando, em 1986, foi criada a fundação Museu do Homem Americano - FUMDHAM, dirigida pela arqueóloga paulista Niéde Guidon.
A Fundação vem buscando novos vestígios, catalogando descobertas e enriquecendo o acervo do museu instalado na região.
SANTA CATARINA
A atividade humana na Ilha de Santa Catarina teve início por volta de 5.000 anos atrás, com a chegada dos primeiros caçadores e coletores, grupos pré-ceramistas que construíram os Sambaquis (montes cônicos de conchas que podem atingir até 30 metros de de altura).
Os caçadores e coletores, primeiros grupos humanos a habitarem o litoral de Santa Catarina, consumiam os moluscos e amontoavam as cascas para morarem sobre elas, pois constituíam um local alto e seco.
Ocupação após ocupação fez com que estes montes atingissem alturas fantásticas. O Estado de Santa Catarina possui os maiores sambaquis do mundo, espalhados por seu litoral, de norte a sul.
Depois dos caçadores e coletores, ocupou também o território ilhéu os ceramistas Itararé, vindos do planalto e, finalmente, o Carijó, índio guarani que viria a ter o contato com o europeu colonizador.
É o que podemos chamar de arte ou escrita indígena. As inscrições (ou petroglifos) da Ilha tem características bastante particulares, próprias da região. São motivos abstratos geométricos, representações zoomorficas e antropomorficas.
Estes desenhos eram feitos com ferramentas de pedra, porém, quem os fez ainda é um mistério. 
O que torna difícil a identificação dos autores é o fato de três culturas diferentes terem habitado a mesma região.
Gravados na superfície dos paredões de diabásio dos costões, alcançam no máximo três milímetros de profundidade por trinta milímetros de largura. 
Alguns apresentam a superfície picoteada, outros raspada e ainda há aqueles que possuem as duas técnicas associadas.
Estes petroglifos estão dispostos em sítios voltados para o Oceâno Atlântico, em praias de mar bravo, locais que passam uma sensação de medo e respeito. Teria estes grafismos uma conotação mística ou religiosa?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

TERCEIROS ANOS. CUBISMO.



Origem 
Este movimento artístico tem seu surgimento no século XX e é considerado o mais influente deste período. Com suas formas geométricas representadas, na maioria das vezes, por cubos e cilindros, a arte cubista rompeu com os padrões estéticos que primavam pela perfeição das formas na busca da imagem realista da natureza. A imagem única e fiel à natureza, tão apreciada pelos europeus desde o Renascimento, deu lugar a esta nova forma de expressão onde um único objeto pode ser visto por diferentes ângulos ao mesmo tempo. 
História movimento cubista 
O marco inicial do Cubismo ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, pintura que Pablo Picasso levou um ano para finalizar. Nesta obra, este grande artista espanhol retratou a nudez feminina de uma forma inusitada, onde as formas reais, naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas perfeitamente trabalhadas. Tanto nas obras de Picasso, quanto nas pinturas de outros artistas que seguiam esta nova tendência, como, por exemplo, o ex-fauvista francês – Georges Braque – há uma forte influência das esculturas africanas e também pelas últimas pinturas do pós-impressionista francês Paul Cézanne, que retratava a natureza através de formas bem próximas as geométricas. 
Historicamente o Cubismo se dividiu em duas fases: Analítico, até 1912, onde a cor era moderada e as formas eram predominantemente geométricas e desestruturadas pelo desmembramento de suas partes equivalentes, ocorrendo, desta forma, a necessidade de não somente apreciar a obra, mas também de decifra-la, ou melhor, analisa-la para entender seu significado. Já no segundo período, a partir de 1912, surge a reação a este primeiro momento, o Cubismo Sintético, onde as cores eram mais fortes e as formas tentavam tornar as figuras novamente reconhecíveis através de colagens realizadas com letras e também com pequenas partes de jornal. 
Na Europa está o maior número de artistas que se destacaram nesta manifestação artística, entre eles os mais conhecidos além dos precursores Pablo Picasso e Braque são: Albert Gleizes,  Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Robert Delaunay, Roger de La Fresnaye, e Juan Gris.   
Fases do Cubismo:
- Cubismo cézanniano (entre os anos de 1907 e 1909) - é a fase que dá início ao Cubismo. Período marcado pela forte presença das obras de Paul Cézanne.
- Cubismo Analítico (entre os anos de 1910 e 1912) - fase marcada pela união dos trabalhos criados separadamente por Picasso e Braque.
- Cubismo Sintético (entre os anos de 1913 e 1914) - fase marcada pelo uso de formas decorativas e cores marcantes.
Cubismo no Brasil
Somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 o movimento cubista ganhou terreno no Brasil. Mesmo assim, não encontramos artistas com características exclusivamente cubistas em nosso país. Muitos pintores brasileiros foram influenciados pelo movimento e apresentaram características do cubismo em suas obras. Neste sentido, podemos citar os seguintes artistas: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.
A arte Cubista - principais caracteristicas
O cubismo demonstra os objectos como são representados no nosso pensamento. Um pintor cubista retrata o que existe de forma diferente do que nós vemos. O cubismo tem três características principais:

1.Demonstra os objetos escolhidos em cubos.

2.Descreve as naturezas morta com poucas cores fazendo contraste o claro e o escuro com sombra muito carregadas.

3. Não e utilizada a perspectiva, os desenho dominado por figuras geométricas são sobrepostos.

Esta arte teve uma grande influência de Cézanne, também se relaciona com as teorias de Einstein, concluiu que é impossível determinar um movimento. Um objeto pode estar parado ou em movimento dependendo da perspectiva em que esta a ser desenhado.

TERCEIROS ANOS. FOVISMO.


FOVISMO
Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

Os princípios deste movimento artístico eram:

• Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
• Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
• A cor pura deve ser exaltada.
• As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.

Características da pintura:

• Pincelada violente, espontânea e definitiva;
• Ausência de ar livre;
• Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade;
• Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
• Pintura por manchas largas, formando grandes planos;

Principais Artistas:

MAURICE DE VLAMINCK
(1876-1958), pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia: "Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entre expressionista e realista.

ANDRÉ DERAIN
(1880-1954), pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse, com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas descontínuas para obter suas composições espontâneas. Após romper com o fovismo, em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do cubismo. Na década de 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo, desde então, não mudou.

HENRI MATISSE
(1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.

RAOUL DUFY
(1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.