Significativo durante o século XVII. Chamado de a arte da
contra-reforma, o barroco é, ao mesmo tempo, uma reação ao materialismo
renascentista e às idéias reformistas de Lutero e Calvino e um retorno à
tradição cristã. O espírito da época é atormentado, cheio de tensão interna,
marcado pela sensação da transitoriedade das coisas, pessimista e com gosto
pelo macabro. A princípio sóbrio e depurado, torna-se, com o tempo, rebuscado,
com abundância de metáforas.
França
O teatro francês, ao contrário do inglês e do espanhol, consegue
adaptar-se ao gosto refinado do público aristocrático a que se destina. Obedece
a regras muito rigorosas: o tema é obrigatoriamente imitado de um modelo
greco-romano; as unidades aristotélicas têm de ser respeitadas; a regra do
"bom gosto" exige que a ação, de construção lógica e coerente, nunca
mostre situações violentas ou ousadas; o texto, em geral em versos
alexandrinos, é muito poético. A fundação da Comédie Française por Luís XIV
(1680) transforma o teatro numa atividade oficial, subvencionada pelo Estado.
Autores franceses
Em ''Cid'', Pierre Corneille descreve o conflito entre o sentimento e a
razão; e esta última é vitoriosa. Jean Racine ''Fedra'' pinta personagens
dominados por suas paixões e destruídos por elas. Em suas comédias, Molière
cria uma galeria de tipos ''O avarento'', ''O burguês fidalgo'' que simbolizam
as qualidades e os defeitos humanos. Em todos esse autores se notam traços que
vão se fortalecer no neoclassicismo.
Molière (1622-1673), pseudônimo de Jean-Baptiste Poquelin. Filho de um
rico comerciante, tem acesso a uma educação privilegiada e é desde cedo atraído
pela literatura e a filosofia. Suas comédias, marcadas pelo cotidiano da época,
são capazes de criticar tanto a hipocrisia da nobreza quanto a avidez do
burguês ascendente.
Suas principais obras são: ''O avarento'', ''O burguês fidalgo'',
''Escola de mulheres'', ''Tartufo'', ''O doente imaginário''.
Inglaterra
Um período de crise começa quando, após a Revolução Puritana, em 1642,
Oliver Cromwell fecha os teatros. Essa situação perdura até a Restauração
(1660).
Autores ingleses - No início do século XVII, destacam-se John Webster ''A duquesa de Malfi'' e John Ford ''Que pena que ela seja uma prostituta''. Depois da Restauração os nomes mais importantes são os dos colaboradores Francis Beaumont e John Fletcher ''Philaster''.
Autores ingleses - No início do século XVII, destacam-se John Webster ''A duquesa de Malfi'' e John Ford ''Que pena que ela seja uma prostituta''. Depois da Restauração os nomes mais importantes são os dos colaboradores Francis Beaumont e John Fletcher ''Philaster''.
Itália
O teatro falado é pouco original, copiando modelos da França. Mas na
ópera ocorrem revoluções que modificam o gênero dramático como um todo. Em
1637, a ''Andrômeda'', de Francesco Manelli, inaugura o teatro da família Tron,
no bairro veneziano de San Cassiano, modelo para casas futuras.
Espaço cênico italiano - Troca-se a cena reta greco-romana pelo
"palco italiano", com boca de cena arredondada e luzes na ribalta,
escondidas do público por anteparos. Pela primeira vez é usada uma cortina para
tampar a cena. As três portas da cena grega são substituídas por telões
pintados que permitem efeitos de perspectiva e é introduzida a maquinaria para
efeitos especiais. Apagam-se as luzes da sala durante o espetáculo, para
concentrar a atenção do público no palco. Há uma platéia e camarotes, dispostos
em ferradura. A ópera torna-se tão popular que, só em Veneza, no século XVII,
funcionam regularmente 14 teatros.
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