domingo, 21 de abril de 2013

TERCEIROS ANOS. 2° BIMESTRE. PISCATOR.



Erwin Friedrich nasceu em Greifenstein, em 17 de dezembro de 1893, foi um dos mais importantes encenadores alemães do século XX, pois juntamente com Bertold Brecht foi o principal fundador do teatro épico (género de teatro que trata o contexto sociopolítico). Judeu por nascimento, Erwin Friedrich Maximilian Fischer adotou o sobrenome "Piscator" (pescador em latim, assim como pescador em alemão - fischer) para fugir à perseguição nazista aos judeus na primeira metade do século XX2 .
Início de carreira
Começou por trabalhar no teatro experimental em Berlim no Volksbühneem em 1919, e em 1924 torna-se director deste teatro. Encenou as suas peças de acordo com as suas teorias sociopolíticas, que influenciaram os eleitores e clarificaram os ideais das políticas de esquerda.
Fez uma adaptação do drama romântico de The Robbers de Friedrich Schiller, que originou uma grande polémica pois Piscator cortou muito texto e reinterpretou-o como um caminho para as suas convicções políticas.
Em 1927, Piscator funda a influente mas de curta duração Piscator-Bühne, a sua própria companhia de teatro em Nollendorfplatz onde voltou a produzir peças polémicas com conteúdos sociopolíticos. Em 1928 encenou e produziu uma notável encenação do romance checo As aventuras do bravo soldado Schweik de Jaroslav Hasek. No entanto antes do mandado de Hitler na Alemanha, Piscator dedicava a sua obra à situação política da União Soviética, e em 1931, vai para Moscovo para trabalhar para a Mezhrabpom, uma empresa cinematográfica soviética associada com a International Worker’s Relief Organisation.
Com a subida de Hitler ao poder em 1933, a sua estadia na União Soviética deixou de ser por motivos profissionais para ser um exílio político. Em 1936, Piscator cansa-se da ditadura comunista pois recusa-se a viver neste sistema político e vai para Paris onde casa com a bailarina Maria Ley em 1937.
Trabalhos internacionais e imigração
Em 1939, Piscator e Maria Ley emigraram para os Estados Unidos, onde Piscator já tinha trabalhado com Lena Goldschmidt na adaptação teatral do romance de Theodore Dreiser, An American Tragedy, sob o título The Case of Clyde Griffith, com encenação de Lee Strasberg e foi representado 19 vezes na Broadway. Em Nova Iorque, Piscator tornou-se director do Dramatic Workshop, que ele fundou na New School for Social Research, em 1940. Alguns dos alunos de Piscator no Dramatic Workshop eram Marlon Brando, Tony Curtis, Judith Malina, Walter Matthau, Harry Belafonte, Elaine Stritch e Tennessee Williams.
Em 1951, Piscator volta para a Alemanha, e em 1955 adapta e encena o romance de Leon Tolstoy Guerra e Paz que correu por cerca de 16 países. Em 1962 assume o cargo de director da Freie Volksbühne, em Berlim. Um ano depois, Piscator produz a peça The Deputy de Rolf Hochhuth sobre o Papa Pio XII e a alegada negligência nos salvamentos de judeus italianos das câmaras de gás nazistas. Até a sua morte em 1966, Piscator tornou-se um grande apoiante do teatro contemporâneo e Documentário.
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Em vez de temas privados tínhamos generalização, em vez do que era o especial tínhamos o típico, em vez do acidente tínhamos a causalidade. Decorativismo deu lugar ao construtivismo. A razão foi colocada em pé de igualdade com emoção, enquanto sensualidade foi substituída pelo didáctico e a fantasia pela realidade documentaria.
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Erwin Piscator em 19293
Impacto sobre o teatro
A contribuição de Piscator para o teatro tem sido descrita pelo historiador de teatro Günther Rühle, como a mais valente nos palcos alemães durante o século XX. As técnicas inovadas por Piscator na década de 20 influenciaram os métodos de produção europeus e americanos (tais como o uso extensivo da imagem e projecções de filmes). A sua dramaturgia de contrastes conduziu a um acentuado efeito político-satírico e originou o início das ideias do teatro épico4 . Na República Federal da Alemanha, o modelo de teatro intervencionista de Piscator atingiu o auge novamente. Diversas produções, tentando entrar em acordo com os alemães do passado nazista e sobre outras questões oportunas, tornaram Piscator o inspirador da mnemônica e teatro documentário (teatro baseado em factos verídicos que utiliza objectos ou documentos verdadeiros) de 1963 em diante.

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