Teatro do absurdo foi um termo criado pelo crítico
húngaro Martin Esslin, tentando colocar sob o mesmo conceito
obras de dramaturgos completamente diferentes, mas que tinham como centro de
sua obra o tratamento de forma inusitada da realidade.1 É
uma designação de peças escritas por alguns dramaturgos
europeus
principalmente no final dos anos 1940, 1950, e 1960,
bem como do estilo de teatro que tem evoluído a partir de seu trabalho. É uma
forma do teatro moderno que utiliza, para a criação do enredo, das personagens
e do diálogo, elementos chocantes do ilógico, com o objetivo de reproduzir
diretamente o desatino e a falta de soluções em que estão imersos o homem e
sociedade. O inaugurador desta tendência teria sido Alfred
Jarry (Ubu Rei 1896).
A
expressão foi cunhada por Martin Esslin, que fizera dela o título de um livro
sobre o tema, publicado pela primeira vez em 1961 e posteriormente revisto em
duas edições. A terceira e última edição foi publicada em 2004, com um novo prefácio
do autor no opúsculo. Na primeira edição de "O Teatro do Absurdo",
Esslin viu o trabalho desses dramaturgos relacionado pelo amplo tema do
absurdo, empregando "Teatro do Absurdo" de maneira similar à que
Albert Camus utilizava o termo. As peças dariam a articulação artística da
"filosofia" de que a vida é intrinsecamente sem significado, como
ilustrado em sua obra "O Mito de Sísifo".
Embora
o termo seja aplicado a uma vasta gama de peças de teatro, algumas
características coincidem em muitas das peças: uma ampla comédia,
muitas vezes semelhante ao Vaudeville, misturada com imagens horríveis ou trágicas;
personagens presas em situações sem solução, forçados a executar ações
repetitivas ou sem sentido; diálogos cheios de clichês, jogo
de palavras, e nonsense; enredos que são cíclicos ou absurdamente
expansivos; paródia ou desligamento da realidade e o conceito de well-made
play ('peça bem-feita).
Na
primeira edição, Esslin apresentou os quatro dramaturgos que definiriam o
movimento como sendo Samuel Beckett, Arthur
Adamov, Eugène Ionesco, e Jean Genet,
e em posteriores edições, acrescentou um quinto dramaturgo, Harold
Pinter, embora cada um desses escritores tivesse preocupações e técnicas
únicas, que vão além do termo "absurdo". Outros escritores que Esslin
associava a esse grupo incluem Tom Stoppard, Friedrich Dürrenmatt, Fernando
Arrabal, Edward Albee, e Jean Tardieu.
Os
seus representantes mais importantes são, além dos já citados, Ionesco, Georges Schehadé, Antonin
Artaud e Jacques Audiberti, na França, Sławomir Mrożek, na Polônia, Günther
Grass e Wolfgang Hildesheimer, na
Alemanha.
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