Piscator foi um dos mais
importantes encenadores alemães do século XX. Judeu
por nascimento, Erwin Friedrich Maximilian Fischer adotou o sobrenome
"Piscator" ("pescador" em latim,
assim como fischer significa "pescador" em alemão) para fugir
à perseguição nazista aos judeus na primeira metade
do século XX[2] .
Início de
carreira
Começou por trabalhar no teatro experimental
em Berlim, no Volksbühneem,
em 1919; em 1924
torna-se director deste teatro. Encenou as suas peças de acordo com as suas
teorias sociopolíticas, que influenciaram os eleitores e clarificaram os ideais
das políticas de esquerda.
Fez uma adaptação do drama
romântico de The Robbers de Friedrich Schiller,
que originou uma grande polémica, pois Piscator cortou grande parte do texto e
reinterpretou-o como um caminho para as suas convicções políticas.
Em 1927,
Piscator funda a influente, conquanto efêmera, Piscator-Bühne - a sua própria
companhia de teatro -, em Nollendorfplatz, onde voltou a produzir peças
polémicas com conteúdos sociopolíticos. Em 1928
encenou e produziu uma notável encenação do romance checo As aventuras do bravo soldado
Schweik de Jaroslav Hasek. Antes da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, Piscator dedicou a sua obra à situação
política da União Soviética, e
em 1931, foi a Moscovo para trabalhar para a Mezhrabpom, uma
empresa cinematográfica soviética associada à organização Workers International Relief.
Com a subida de Hitler ao
poder em 1933, a sua estadia na União Soviética deixou de
ser por motivos profissionais para ser um exílio político. Em 1936, Piscator vai para
Paris, onde casa com a bailarina Maria Ley, em 1937.
Trabalhos
internacionais
Em 1939, Piscator e Maria Ley
emigraram para os Estados Unidos, onde
Piscator já tinha trabalhado com Lena
Goldschmidt na adaptação teatral do romance de Theodore Dreiser, An American Tragedy, sob
o título The Case of Clyde Griffith, com encenação de Lee Strasberg. A peça foi representada 19 vezes
na Broadway. Em Nova Iorque, Piscator tornou-se director do
Dramatic Workshop, que ele fundou na New School for Social Research, em 1940.
Alguns dos alunos de Piscator no Dramatic Workshop eram Marlon Brando, Tony Curtis, Judith Malina, Walter Matthau, Harry Belafonte, Elaine Stritch e Tennessee Williams.
Em 1951,
Piscator regressa à Alemanha e, em 1955,
adapta e encena o romance de [[Leon Tolstoi]] Guerra e Paz.
O espetáculo foi apresentado em cerca de 16 países. Em 1962
assume o cargo de director da Freie
Volksbühne, em Berlim. Um ano depois, Piscator produz a peça The
Deputy de Rolf
Hochhuth sobre o Papa Pio XII e a
alegada negligência nos salvamentos de judeus italianos das câmaras de gás nazistas.
Até a sua morte em 1966, Piscator tornou-se um grande apoiante do
teatro contemporâneo e documentário.
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Em vez de temas privados tínhamos generalização,
em vez do que era o especial tínhamos o típico, em vez do acidente tínhamos a
causalidade. Decorativismo deu lugar ao construtivismo. A razão foi colocada
em pé de igualdade com emoção, enquanto sensualidade foi substituída pelo
didáctico e a fantasia pela realidade documentaria.
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— Erwin
Piscator em 1929[3]
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Impacto
sobre o teatro
A contribuição de Piscator
para o teatro tem sido descrita pelo historiador de teatro Günther Rühle, como
a mais valente nos palcos alemães durante o século XX. As técnicas inovadas por Piscator na
década de 20 influenciaram os métodos de produção europeus e americanos (tais
como o uso extensivo da imagem e projecções de filmes). A sua dramaturgia de
contrastes conduziu a um acentuado efeito político-satírico e originou o início das ideias
do teatro épico[4] . Na República Federal da Alemanha, o modelo de teatro
intervencionista de Piscator atingiu o auge novamente. Diversas produções,
tentando entrar em acordo com os alemães do passado nazista e sobre outras questões oportunas,
tornaram Piscator o inspirador da mnemônica e teatro documentário (teatro baseado
em factos verídicos que utiliza objectos ou documentos verdadeiros) de 1963
em diante
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