segunda-feira, 16 de maio de 2011

O que é arte... 2.anos. 1.bimestre.

O QUE É ARTE. A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar.

O que é Teatro?

Teatro vem do grego, “théatron”, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser… O público tem liberdade para analisar, criticar, se emocionar e até se pronunciar… Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público… Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo.

Considerado por muitos como a “Arte Total”, ou seja, a arte que engloba todas as outras artes (podendo-se utilizar a música como trilha sonora, a dança como expressão corporal, as artes plásticas como cenário, etc.), o teatro nasceu por meio de manifestações/rituais aos deuses, foi se aprimorando e não tem limites para enriquecer.

Acredito haver três “porquês” para se fazer teatro: 1) terapêutico, proporcionando a quem o pratica o autoconhecimento, por meio de estudos de outrem (sobre a personagem e sobre a gênese do próprio ator); 2) Aquisição de cultura, pois, antes de fazer a montagem cênica, há um estudo, uma pesquisa sobre o autor, a época, os costumes, os objetivos e os conflitos do texto/cena e dos personagens; 3) pesquisa prática, em que ocorre a percepção do outro. Por exemplo, uma pessoa pode interpretar uma feirante e, para melhor desempenhar o papel, estuda seus costumes, seu andar, seus gestos, sua dicção, volume da voz etc. Quanto mais informações tiver sobre a feirante, melhor conseguirá interpretá-la e, certamente, melhor será recebida pelos espectadores.

O teatro é tão fantástico e tão encantador que a grande maioria deixa de tê-lo simplesmente como terapia ou aquisição de cultura e passa a tomá-lo como “profissão”. Hoje se nota uma ampla aceitação do teatro na sociedade, com visíveis benefícios em vários setores, como o da educação. Quando se estuda e se pratica essa “arte total” na escola, há uma melhora na formação do ser/indivíduo, já que se estuda o ser humano e as suas “máscaras”.

Não podemos nos esquecer de que o teatro é um jogo. Porém, não um simples jogo, mas, sim, um jogo de persuasão, um jogo de retores. Todo bom ator é um bom “manipulador” e, com toda a certeza, tem maior consciência de quando, como e por quem está sendo “manipulado”.

Hoje em dia somos vítimas de manipulações da publicidade, da política de ética duvidosa, da indústria cultural, dos líderes sociais etc. O teatro amplia o panorama e as ferramentas de quem o “joga”.

Ação cênica

Toma-se, aqui, o conceito de "ação cênica" como toda ação de representação dentro de uma cena. Essa cena não necessita de um palco, ela acontece em todas as ações humanas em que se representa narrativamente algo do cotidiano. Quando uma criança simula estar dirigindo um carro em suas brincadeiras, essa ação de representação é considerada uma ação cênica, tendo em vista que a criança performatiza o cotidiano, enquanto a real ação de dirigir um carro corresponde a uma ação cotidiana. Essa ação cênica constitui uma espécie de performance intertextual, pois ação cênica estará sempre retomando a ação cotidiana, revelando claramente os ecos desta naquela.

Teatro - meu reino por um conflito

Conflito é o choque, o enfrentamento entre duas forças que mutuamente se excluem.Ao observarmos a trajetória da humanidade verificamos que o conflito encontra-se no epicentro do movimento evolucionista.Quando o homem das cavernas sentia fome e encontrava-se diante da necessidade de sair em busca de comida, não experimentava um conflito? Provavelmente raciocinava assim: “se não comer, morro de fome. Se vou à caça estarei sujeito às feras, às condições inóspitas e às intempéries. Serei capaz de suportar mais algumas horas sem alimentar ou devo partir para a caçada imediatamente? (...). São dúvidas que traduzem uma variedade de conflitos.E o homem contemporâneo não experimenta conflitos no seu dia a dia, do instante em que acorda até o momento em que se recolhe para dormir? O trânsito caótico, a concorrência predatória no local de trabalho, a qualidade de ensino no local de estudo, as relações com os filhos e a esposa no lar,etc.E o homem contemporâneo não experimenta conflitos no seu dia a dia, do instante em que acorda até o momento em que se recolhe para dormir? O trânsito caótico, a concorrência predatória no local de trabalho, a qualidade de ensino no local de estudo, as relações com os filhos e a esposa no lar, a decisão de assistir à um filme ou à uma peça de teatro, as discussões com o vizinho ... Enfim, existe alguma coisa na vida que não possa ser expressar através de um conflito?Em psicologia o conflito emerge diante da necessidade de proceder uma escolha entre situações que poderiam ser categorizadas como incompatíveis.
Dessa forma, todas as situações de conflito levariam a um ambiente de antagonismo, impactando a ação ou a tomada de decisão por parte do indivíduo ou do grupo social.Já em algumas escolas da sociologia, o conflito é visto “como o desequilíbrio de forças do sistema social (...)”.Pois assim como o conflito é uma das forças motrizes que alavanca o desenvolvimento humano, também é o conflito a mola propulsora que dá movimento e sustentabilidade ao teatro.O texto teatral deve sempre girar em torno de um grande conflito, podendo existir sub-conflitos em seu interior: esta é a lei primeira, a regra de ouro da dramaturgia.

Podemos ter uma variedade de tipos de conflitos:

psicológico,
b) existencial,c) emocional, d) social,e) econômico,f) político,
g) agrário,...

A existência de uma força contrária, impedindo que a personagem central conquiste seus objetivos é que gera o conflito. Daí os termos protagonista e antagonista. O que experimenta o conflito, o que assume a condição de personagem principal é o protagonista (proto: primeiro; gonia: ação). Já o personagem que corporifica a força contrária é o antagonista (anto: contra).

Portanto, ao se deparar com a necessidade de escrever uma peça teatral para melhor mobilizar seus alunos, cuide de identificar e esclarecer o conflito que será explorado. Estude-o com profundidade, lance luzes sobre todas as suas facetas, desvelando-o inteiramente. Fazendo assim, as demais fases do processo, as demais etapas da dramaturgia, se sucederão naturalmente, como que obedecendo à lei da gravidade.Na peça Ricardo III, Shakespeare relata o drama do rei que, ao perder o cavalo na batalha de Bosworth, grita desesperadamente: “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!”. O dramaturgo eficaz procura um bom conflito como o garimpeiro o ouro. Por isto não seria estranho escutá-lo a suspirar: “Um conflito, um conflito, meu reino por um conflito!”.

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