ARTE MEDIEVAL
Arte
Bizantina
A
arte bizantina passou por diversas fases, mas foi no seu primeiro período de
auge, nos tempos do Imperador Justiniano (527-565), que o desenvolvimento
econômico e artístico deixou marcas profundas no antigo lado ocidental. O
Império Bizantino operou efêmera uma reunificação entre Ocidente e Oriente, na
tentativa de reconstrução do gigantesco Império Romano, mas com a capital em polo
invertido, no lado oriental.
Neste
período os bizantinos fundaram a cidade de Ravena, no norte da Itália, que se
transformaria em base de divulgação da pintura de ícones bizantinos, de grande
influência na arte românica e na arte gótica, predominantes no lado ocidental.
A
pintura bizantina tinha como função retratar tanto a majestade da família real
quanto a sacralidade das passagens bíblicas. Em seus mosaicos e ícones
observa-se ainda uma rígida composição frontal e hierática, de inspiração
egípcia, associada aos efeitos luminosos da arquitetura, como vemos na
monumental Igreja de Santa Sofia. Não raro os imperadores, como Justiniano e a
sua esposa Teodora, aparecem retratados com auréolas, assim como os principais
personagens bíblicos, como Jesus e Maria, são representados com insígnias reais.
Os primeiros criadores de
ícones religiosos eram monges e suas funções eram reguladas pela Igreja
Ortodoxa. Tratavam de retratar com cores e linhas o que os Evangelhos
expressavam com palavras. Para os habitantes do Império os ícones eram a
própria expressão de uma fé que experimenta diariamente a intervenção de Deus
na sua vida cotidiana.
Arte Românica
A
arte românica se desenvolveu nos séculos XI e XII, na Europa Ocidental, a
partir da obra de artesãos da corte de Carlos Magno (século IX ) e recebe este
nome porque representa, ainda na Idade Média, um retorno à tradição cultural e
artística do mundo greco-romano.
A
pintura românica se caracteriza pelo uso de cores primárias homogêneas, sem
meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar
a natureza, mas sim de evocar, isto é, convocar a presença da divindade pela
imagem.
Assim
os corpos não guardam qualquer proporção anatômica e as faces apresentam-se
padronizadas e desprovidas de qualquer emoção ou traço individualizado.
As
figuras não tinham nenhuma plasticidade, e as formas do corpo apenas se
insinuavam nas rígidas dobras dos mantos e túnicas. Os traços faciais eram
acentuados por contornos de traços grossos e escuros. No entanto é possível
observar alguns requintes de técnica pictórica, como os elaborados contornos,
como motivos vegetais, ou até mesmo alguns traços de escorço.
O
românico é por excelência a arte da mentalidade feudal, sob o predomínio dos
valores da Igreja Católica.
Em uma sociedade analfabeta,
a pintura românica tem função pedagógica e ideológica, pois retrata a extrema
reverência aos ensinamentos bíblicos e à submissão social dos camponeses na
estrutura imóvel e trifuncional sociedade feudal (guerreiros, oradores e
trabalhadores).
Arte
Gótica
O
estilo gótico é identificado com o período do renascimento comercial e a
construção das grandes catedrais da Europa Ocidental, do século XII até ao XV.
A palavra gótico, que faz referência aos godos ou bárbaros do norte, foi
escolhida pejorativamente pelos italianos do renascimento. A verticalidade das
formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram
transportados também para a pintura e a escultura.
A
pintura gótica surge aproximadamente cinquenta anos depois das primeiras
catedrais e esculturas góticas. A transição entre o românico e o gótico é muito
imprecisa, mas ocorre primeiro na Inglaterra e França em torno de ano de 1200,
na Alemanha em 1220 e na Itália em torno de 1300. Podemos identificar três
fases no interior do movimento gótico.
A
primeira, nos séculos XII e XIII, ainda revela o padrão bizantino de composição
das figuras em um fundo monocromático.
O
realismo levemente insinuado na primeira fase se desenvolve na segunda fase
(início do século XIV), marcada pela obra de Giotto e pelo naturalismo
intrínseco à sensibilidade do franciscanismo.
Na a
terceira fase (final do século XIV) surge o gótico internacional, com padrões
de composição mais complexos que serviriam de base para o renascimento do
século XV.
A pintura de todo o período
gótico é executada sobre quatro tipos de bases materiais: afrescos, telas,
vitrais e iluminuras. No sul da Europa o suporte material predominante foram os
afrescos criados nas paredes laterais das Igrejas. No norte o grande destaque
foram os vitrais até o século XV. No início do século XV surge a primeira fase
de pinturas holandesas (flamengas) que ainda apresentam um estilo gótico, mas
pode ser considerada como parte da formação do Renascimento nórdico.
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